Poul Thomsen sai da liderança da missão do FMI em Portugal

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Thomsen acompanhou as primeiras revisões do programa português Foto: Rui Gaudêncio

O chefe da missão do FMI em Portugal, o dinamarquês Poul Thomsen, vai deixar de liderar a equipa que acompanha a implementação do programa de ajustamento português, para se dedicar à missão na Grécia, que chefia desde 2010.

Thomsen esteve em Lisboa até esta sexta-feira no âmbito da terceira revisão do Memorando de Entendimento da troika. A pasta vai ser assumida a partir da próxima revisão por Abebe Aemro Selassie, economista etíope do departamento africano do fundo, e que já se juntou à equipa que até à próxima semana está na capital a fazer a avaliação da troika.

A transição, confirmou ao PÚBLICO o gabinete de imprensa do FMI, já estava planeada. Thomsen vai continuar a acompanhar a implementação do programa de ajustamento, através do Departamento Europeu do fundo, mas vai centrar-se no acompanhamento do plano de reformas na Grécia.

Selassie só assume os comandos da missão quando a troika regressar a Lisboa para a quarta avaliação. Até ao fim desta terceira revisão, a equipa é liderada por Hossein Samiei, que está envolvido no programa da troika desde a aprovação da assistência económica e financeira, em Maio do ano passado.

Selassie, que com Jürgen Kröger (Comissão Europeia) e Rasmus Rüffer (BCE) será assim um dos rostos da troika em Portugal, é um dos directores assistentes do departamento africano do FMI, onde supervisiona os estudos dos países da África subsariana. Já trabalhou para o Governo da Etiópia e, antes de entrar para o fundo, acompanhou estudos sobre a Polónia, a Roménia, a Turquia e a Tailândia, revela uma curta referência biográfica num blogue oficial do FMI.

A instituição liderada por Christine Lagarde não esclarece quais as razões da saída de Poul Thomsen, limitando-se a afirmar que foi uma “transição muito planeada”. O dinamarquês “continuará a ter responsabilidades de supervisão” sobre o programa português, mas não directamente no terreno.

Thomsen esteve desde o primeiro momento envolvido no desenho do programa de ajustamento português e foi o rosto de uma das medidas mais emblemáticas e controversas do acordo da troika – a redução da Taxa Social Única, que o Governo de Passos Coelho acabou por deixar cair.

Quando a missão da troika terminou a segunda avaliação do plano português, em Novembro, Thomsen garantiu não haver alternativa ao corte nos subsídios dos funcionários públicos e pensionistas.

Notícia actualizada às 22h41
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