Portugal aderiu ao novo banco internacional proposto pela China

Pedido de adesão português foi enviado na terça-feira, no último dia do prazo.

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Há quase 50 países que estão ao lado da China, liderada por Xi Jinping, na criação do AIIB Reuters

Portugal aderiu ao novo banco internacional proposto pela China, o Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas (AIIB), para beneficiar as empresas portuguesas que participam em projectos na região asiática, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).

Numa nota enviada às redacções esta quinta-feira, o MNE confirmou ter manifestado “a sua intenção de aderir, como membro fundador, ao Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas (AIIB)”.

O Ministério liderado por Rui Machete sublinhou que “a participação de Portugal poderá criar melhores condições para as empresas portuguesas que participam em projectos na região asiática, região com a qual Portugal tem vindo a intensificar as suas relações económicas e comerciais”.

Segundo o MNE, o AIIB tem por objectivo “promover o desenvolvimento sustentável na Ásia, através do financiamento de projectos de infra-estruturas, de desenvolvimento urbano e rural e de preservação do meio ambiente”.

A notícia da adesão portuguesa tinha sido já adiantada pela agência noticiosa Xinhua. "Portugal enviou oficialmente o seu pedido escrito de adesão à China na terça-feira, o último dia do prazo para solicitar o estatuto de membro fundador do AIIB", disse a Xinhua cerca da meia-noite (15:00 em Lisboa), citando um comunicado do Ministério das Finanças chinês.

Se os actuais membros aprovarem, Portugal tornar-se-á um membro fundador no Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas no próximo dia 15 de Abril, indica o comunicado.

Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Suíça e outros países europeus também pediram a adesão ao AIIB, instituição lançada em Outubro passado em Pequim e vista inicialmente em Washington como um desafio à actual ordem financeira internacional.

Noutro comunicado, o ministério das Finanças chinês anunciou que a Islândia aderiu também ao novo banco. Como presidente da conferência de fundadores do AIIB, a China está agora a solicitar opiniões dos outros membros, indicou o ministério.

O AIIB deverá ser oficialmente estabelecido até ao final deste ano, com um capital inicial de 50 mil milhões de dólares (cerca de 46 mil milhões de euros) e sede em Pequim. Prevê-se que o capital do banco, que terá a sua sede em Pequim, possa subir para 100 mil milhões de dólares.

Bangladesh, Birmânia, Brunei, Camboja, Cazaquistão, China, Filipinas, Índia, Indonésia, Kuwait, Laos, Malásia, Mongólia, Nepal, Omã, Paquistão, Qatar, Singapura, Sri Lanka, Tailândia e Vietname foram os primeiros proponentes do banco.

No total, cerca de 50 países quiseram juntar-se ao AIIB, cuja criação foi anunciada em Outubro de 2013 pelo Governo chinês. Mas se as maiores economias europeias aderiram à iniciativa, os Estados Unidos optaram por ficar de fora, tal como o Japão, um dos seus maiores aliados. Nas duas nações olha-se com desconfiança para as intenções desta nova instituição, que é encarada como uma solução chinesa para competir com o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), instituições sedeadas em Washington.

  

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