Trabalhadores dos CTT já podem vender as acções compradas na privatização

Títulos dos correios já valorizaram cerca de 30% desde a sua estreia em bolsa, a 5 de Dezembro.

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Francisco Lacerda assumiu a presidência dos CTT em 2012 Enric Vives-Rubio

Terminou nesta quarta-feira o prazo que impedia os trabalhadores dos CTT de vender as acções compradas na operação de privatização da empresa.

O Governo reservou para os trabalhadores dos CTT uma tranche de 3,5% do capital da empresa, representados por um lote de 5,25 milhões de acções, atribuindo-lhes um desconto de 5% face ao preço final definido para a operação (5,52 euros).

Porém, a procura ficou abaixo do total reservado, tendo os colaboradores comprado apenas o equivalente a 1,4% do capital (os cerca de três milhões de títulos remanescentes foram transferidos para a fatia da oferta destinada ao público em geral).

Desde a data da sua estreia em bolsa, a 5 de Dezembro, quando fecharam a valer 5,54 euros, os títulos da empresa liderada por Francisco Lacerda já valorizaram cerca de 30% - na sessão bolsista desta quarta-feira, as acções fecharam nos 7,18 euros.

Desde então, o valor de mercado da empresa passou de cerca de 580 milhões de euros, para quase 754 milhões de euros.

O BPI emitiu nesta quarta-feira uma nota de research em que revê em alta de 14% o preço-alvo para o título, de 7,10 para 8,10 euros. Segundo o banco, a melhoria das perspectivas macroeconómicas para Portugal, a estrutura de capital mais eficiente dos CTT e o previsível impacto sobre a liquidez da acção da eventual alienação dos 31,5% que o Estado ainda detém na empresa (neste caso, o período de indisponibilidade termina em Setembro) justificam a revisão do preço, explica o BPI.

Relativamente às contas de 2013, que serão divulgados na próxima quarta-feira, o BPI antecipa que as receitas dos Correios atingirão os 187 milhões de euros (em alta de 1% face a 2012), enquanto o resultado operacional bruto (EBITDA) deverá atingir 31 milhões de euros (mais 46%). O resultado terá beneficiado do plano de redução de custos em marcha, explicou o BPI, que espera que a empresa apresente em breve novidades no segmento de produtos financeiros.

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