Depois de três dias em queda, yuan valoriza face ao dólar

Saldo semanal continua a ser negativo, mas moeda chinesa estabiliza, valorizando ligeiramente.

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A acentuada desvalorização do yuan foi decidida pelo Banco Popular da China REUTERS/Aly Song

Depois de três dias seguidos em que o banco central chinês interferiu para baixar a taxa de referência do yuan, a moeda registou uma subida ligeira.

A maior desvalorização da moeda em mais de duas décadas foi invertida nesta sexta-feira, com um dólar a passar a valer 6,3908 yuan, quando tinha encerrado a sessão de quinta-feira a equivaler a 6,3982 yuan.

 O Banco Popular da China (BPC) depreciou a moeda com a justificação de a “ajustar” aos efeitos do mercado, baixando a taxa de câmbio 4,5% entre terça e quinta-feira.

Todos os dias o BPC fixa uma taxa de referência e deixa que a moeda valorize ou desvalorize no máximo 2% ao longo do dia. Nesta sexta-feira, o banco central fixou a taxa em 6,3975, um valor superficialmente mais alto (0,05%) que o registado no fecho da sessão anterior.

Apesar disso, fazendo o balanço desde segunda-feira, a moeda chinesa sofreu uma depreciação de quase 3%, naquela que foi a melhor semana para a bolsa chinesa em mais de dois meses, segundo a Market Watch.

Numa conferência de imprensa dada na quinta-feira, o BPC garantiu que a intervenção para desvalorizar a moeda estava terminada. A vice-governadora do banco central chinês, Zhang Xiaohui, explicou que havia um “fosso de 3% entre a cotação do yuan e as expectativas de mercado”, percentagem que corresponde ao ajustamento levado a cabo.

Nos três últimos dias, Pequim desvalorizou o yuan 1,9%, 1,6% e 1,1% face ao dólar, não tendo interferido na taxa de câmbio nesta sexta-feira.

Com a desaceleração dos indicadores económicos, o governo chinês está sob pressão para atingir a meta de crescimento apontada para 2015, avaliada em 7%. A queda das exportações (menos 8,3% em Julho em variação homóloga) revelada no final da semana passada aumentou os receios sobre a capacidade da segunda maior economia do mundo cumprir as expectativas.

Um yuan mais fraco face ao dólar impulsiona as exportações mas encarece as compras ao estrangeiro, afectando o poder de compra dos chineses e as empresas que vendem para aquele mercado, como é o caso das europeias e norte-americanas.  

 

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