Modelo eléctrico brasileiro deve "servir de inspiração" à Europa

Secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, diz que o país é uma referência em termos de mercado sem barreiras de interligação.

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Miguel Madeira

O Brasil tem dado passos significativos na regulação do seu sector eléctrico que “devem servir de inspiração” não só a Portugal, mas à própria União Europeia, defendeu Artur Trindade, secretário de Estado da Energia

O sistema eléctrico brasileiro construiu e gere praticamente à escala continental uma rede com forte peso de renováveis, representando “uma oportunidade para a Europa aprender” como funciona um mercado assim, sem barreiras de interligação. A falta de capacidade de interligação entre vários países da União Europeia, começando entre Espanha e França é apontada como a grande barreira ao desenvolvimento de um mercado eléctrico integrado, impedindo os países ibéricos, por exemplo, de escoarem a sua energia excedentária, especialmente renovável “para a Europa onde ainda se queima carvão”.

Para o secretário de Estado, este é um exemplo em que Portugal e Brasil “têm muito a ganhar em termos de cooperação no sector eléctrico”. Por um lado, “Portugal deve promover essa aprendizagem do modelo brasileiro”, por outro, “pode mostrar caminho” em áreas como a eficiência energética, as redes inteligentes, a contagem inteligente e mobilidade inteligente. “Mostrar o positivo e as correcções para que não se façam os mesmos erros vai poupar tempo a que entrar agora nestes desafios”, acrescentou.

Artur Trindade defendeu esta cooperação num encontro dedicado a redes inteligentes e cidades inteligentes (cujo desenvolvimento depende em muito da indústria eléctrica), organizado pelo Grupo de Estudos do Sector Eléctrico (GESEL) da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pelo centro de engenharia e inovação CEIIA, de Portugal. O encontro decorreu esta sexta-feira no Rio de Janeiro.

O CEIIA desenvolve neste momento dois projectos de mobilidade, um em parceria com a eléctrica CPFL de Campinas e outro no Rio de Janeiro com a ONG Redes, o Observatório de Favelas e a Perfeitura para o complexo da Maré, onde se localizam 16 favelas. A EDP tem em curso na cidade de Aparecida, dentro da sua área de concessão, um projecto que partiu da experiência que teve em Évora com o InovCity. Para o mercado brasileiro, trata-se de aproveitar e desenvolver o conhecimento que Portugal adquiriu em gestão da mobilidade inteligente e cidades inteligentes.

 O PÚBLICO viajou a convite do GESEL
 
 
 

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