Modelo de privatização dos CTT pronto em Outubro

Secretário de Estado diz que há investidores da Europa e da América interessados em adquirir o grupo estatal.

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Governo vendeu maioria do capital dos CTT em Dezembro PÚBLICO/Arquivo

O modelo de privatização dos CTT vai ficar definido dentro de dois meses, garantiu o secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações, numa entrevista concedida à Reuters. “As decisões quanto ao modelo exacto deverão ser tomadas até meados de Outubro, sob pena de não se conseguir concluir o processo de escolha antes do fim do ano”, como previsto no programa de privatizações acordado com a troika, afirmou Sérgio Monteiro.

O secretário de Estado avançou ainda que o Governo tem tido “abordagens, manifestações de interesse em olhar para a privatização dos CTT, de players [operadores] do continente europeu e americano”, embora não tenha especificado quais.

Como tem sido noticiado, também há investidores portugueses atentos a esta operação, mas Sérgio Monteiro esclareceu que estão interessados apenas “em partes do negócio e não no negócio todo”, explicando que “eventualmente juntar-se-ão a algum [candidato] internacional”.

Quanto ao modelo de venda, o governante disse apenas que será “flexível”, não estando ainda fechado, apesar de a privatização ter sido oficialmente lançada no final de Julho (por resolução de Conselho de Ministros), porque existem essas “manifestações de interesse apenas para partes do negócio”.

Na entrevista à Reuters, o secretário de Estado refere ainda que os assessores financeiros contratados pelo Governo, a Caixa Bi e o JP Morgan, já estão a fazer consultas ao mercado. Há a possibilidade de a operação passar por uma dispersão de parte do capital em bolsa, em alternativa ou em conjunto com a venda directa de acções dos CTT.

“O que gostávamos, relativamente a esta primeira tranche (de venda directa), que pode ser a totalidade do capital ou não, é que haja uma decisão quanto a vencedor até ao final do ano”, reiterou Sérgio Monteiro.

O governante referiu-se ainda ao estudo que está a ser conduzido pela administração dos CTT para obter uma licença de banco postal, apesar de a decisão final caber ao “futuro investidor”. Sérgio Monteiro explicou que se as conclusões apontarem para o facto de haver ”vantagem em ter essa licença bancária”, o Governo saberá “capturar esse valor na privatização”, que tem sido fortemente contestada pelos partidos da oposição.

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