Merkel pressiona coligação a discutir salário mínimo na Alemanha

O rendimento mínimo só existe em alguns sectores. A chanceler quer reabrir a discussão, mas a oposição acusa-a de deriva eleitoral.

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A oposição critica Merkel por retomar a questão a menos de um ano das legislativas JOHANNES EISELE/AFP

A chanceler alemã reabriu o debate sobre o salário mínimo na Alemanha, pressionando os parceiros da coligação a discutirem a sua introdução em todos os sectores de actividade.

Esta vontade de Angela Merkel foi expressa numa entrevista ao jornal Bild am Sonntag, a publicar no domingo.

A Alemanha não tem um salário mínimo nacional. A modalidade existe apenas em alguns sectores, como a construção, onde o rendimento mínimo é acordado entre os sindicatos e as organizações patronais.

A menos de um ano das eleições legislativas, nas quais Merkel espera ser eleita para um terceiro mandado, a expectativa da União Cristã Democrata (CDU), de Merkel, é alargar a modalidade aos sectores onde ela ainda não existe.

O partido adoptou, há mais de um ano, uma moção para ser negociado um salário mínimo com os parceiros sociais. Agora, a chanceler vem pressionar os liberais a pronunciarem-se. “Espero que possamos tomar uma decisão no interior da coligação governamental”, formada por conservadores e liberais.

Para Horst Seehofer, líder da União Social Cristã (CSU), o ramo bávaro da coligação, a existência de um rendimento mínimo representa “o rosto social” da Alemanha, como deixou claro numa entrevista ao Welt am Sonntag, também a publicar no domingo.

O Partido Social-Democrata Alemão (SPD) reagiu em tom crítico às palavras de Merkel. O líder do principal partido da oposição, Hubertus Heil, diz que a chanceler procura agora reabrir a discussão apenas por estratégia eleitoral. Se quisesse introduzir um salário mínimo nacional, criticou, teria começado a discussão há mais tempo, “e não o fez”.
 

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