Mercados castigam Espanha por crise política

A instabilidade política em Espanha e a aproximação das eleições italianas fizeram aumentar os juros da dívida espanhola pela primeira vez neste ano.

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O Partido Popular de Mariano Rajoy encontra-se no centro de acusações de um esquema de financiamento ilegal Pierre-Philippe Marcou/AFP

A crise política em Espanha castigou nesta quinta-feira a emissão de dívida pública, com os juros a aumentarem pela primeira vez em 2013. Ainda assim, a procura dos investidores não afectou o leilão do Tesouro espanhol, que conseguiu colocar mais 100 milhões de euros no mercado do que o limite máximo.

Foi leiloado um total de 4610 milhões de euros em obrigações do Tesouro a dois e cinco anos. Os juros exigidos na maturidade de dois anos subiram para os 2,88%, vindos dos 2,58% registados no último leilão desta maturidade, de acordo com o El País. Já as obrigações a cinco anos sofreram um salto nos juros: dos 3,8% do último leilão para os 4,16% registados nesta quinta-feira.

A maior fatia da dívida foi leiloada a cinco anos, num total de 2069 milhões de euros. Mais 1947 milhões de euros foram leiloados a dois anos, e, como a procura não enfraqueceu, ainda houve oportunidade para o Tesouro espanhol colocar 593 milhões de euros em dívida a 16 anos a 5,82% de juro. A procura registou-se em mais de 10 mil milhões de euros, mais do que o dobro da dívida leiloada.

A imprensa aponta para o clima de instabilidade política que é vivido em Espanha como justificação do aumento dos juros, à medida que vai avançando o processo em que o partido no poder, o Partido Popular, é acusado de financiamento ilegal aos seus membros. Para além do mais, escreve o El País, a aproximação das eleições em Itália também estará a deixar os mercados de dívida nervosos.

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