Juros da dívida de Portugal a subir em todos os prazos

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A abertura da bolsa lisboeta acompanhou a maioria dos mercados europeus Rafael Marchante/Reuters

Os juros da dívida portuguesa estavam esta quarta-feira a subir em todos os prazos em relação a terça-feira, alinhados com os da Irlanda, Itália e Espanha, a reflectir a incerteza face a um acordo da Grécia com os seus credores.

Pelas 09h20 em Lisboa, os juros da dívida portuguesa a dez anos estavam a subir para 2,437%, contra 2,392% na terça-feira. O actual mínimo de sempre é 1,560% e foi registado a 13 de Março passado.

Os juros a cinco anos também estavam a subir, para 1,171%, contra 1,114% na terça-feira e o mínimo de sempre, de 0,749%, a 10 de Abril passado.

No mesmo sentido, os juros a dois anos estavam a subir para 0,133%, contra 0,094% na terça-feira e o mínimo de sempre, 0,013%, a 13 de Abril.

Depois de ter iniciado a 9 de Março um programa sem precedentes de compra de dívidas soberanas e privadas, que vai permitir injectar 60 mil milhões de euros por mês, até, pelo menos, Setembro de 2016, na economia da zona euro na esperança de a redinamizar, o Banco Central Europeu (BCE) manteve na quarta-feira de novo as taxas de juro inalteradas em mínimos.

Os efeitos do programa fizeram sentir-se, por antecipação, nas taxas de juro das dívidas soberanas, que evoluem em sentido inverso ao da procura e têm renovado mínimos diariamente. Algumas das taxas tornaram-se negativas nos prazos mais curtos, ou seja, os investidores estão dispostos a pagar para deter estes títulos considerados muito seguros.

A 17 de Maio de 2014, Portugal abandonou oficialmente o resgate sem qualquer programa cautelar.

O programa de ajustamento pedido por Portugal à troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), no valor de 78 mil milhões de euros, esteve em vigor durante cerca de três anos.

Os juros da dívida soberana da Irlanda continuavam negativos a dois anos, mas a subir em todos os prazos. Os juros de Itália e de Espanha estavam a subir em todos prazos.

Em relação à Grécia, que ainda não chegou a acordo com os seus credores, os juros estavam a subir a dois e dez anos para valores em torno dos 21,6% e 11,2%.

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