Italiana ENI conclui saída da Galp Energia

Participação remontava a 2000, quando o Estado vendeu um terço da energética. Acções fecharam a perder 5%.

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A petrolífera poderá passar a ser a operadora do poço de Alcobaça Paulo Ricca

A multinacional italiana ENI vendeu os 4% de acções da Galp Energia que ainda detinha, deixando assim de ter qualquer participação nesta empresa, depois de vendas sucessivas ao longo dos últimos três anos.

Nesta última venda, feita a investidores institucionais e cuja intenção já tinha sido anunciada na quinta-feira, as acções foram compradas a 9,81 euros (com desconto face ao valor de mercado), num valor total que ascende, aproximadamente, a 325 milhões. A cotação da Galp Energia estava às 9h36 a cair 3,9%, para um preço em torno dos 9,65 euros, e fechou o dia com uma quebra de 5,09%, para os 9,553 euros.

A ENI chegou a ser dona de um terço da Galp, mas a participação foi sendo alienada em várias transacções, por um preço total de 3283 milhões de euros, informaram as empresas, em comunicado enviado nesta sexta-feira aos reguladores do mercado.

A participação de 33,34% da ENI na Galp Energia remonta ao início da década passada e resulta de um negócio feito numa primeira fase de privatização da empresa, durante o segundo Governo de António Guterres, ocupando Pina Moura a pasta de ministro da Economia e das Finanças.

A energética portuguesa passou então a ter uma participação estatal directa de cerca de 35%, a que se somavam cerca de 28% através da EDP e da Caixa Geral de Depósitos. Na altura, a empresa italiana pagou cerca de 964 milhões de euros pela participação e tinha o objectivo de atingir uma posição maioritária – uma estratégia de que acabou por desistir. Actualmente, o maior accionista da empresa é a Amorim Energia, uma empresa com sede na Holanda, detida maioritariamente pelo empresário Américo Amorim e que tem uma participação da angolana Sonangol e da empresária Isabel dos Santos. Tem 38% do capital. A Parpública (que agrega as participações empresariais do Estado) tem 7%.

Em 2005, a ENI e a Amorim Energia acordaram que as duas empresas manteriam inalteradas as respectivas participações, por um prazo de cinco anos. Sete anos depois, começou a saída gradual da empresa italiana.

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