Irlanda prepara pagamento ao FMI

Antecipação do reembolso vai ser analisado esta sexta-feira pelos países da zona euro. Portugal pode optar pelo mesmo caminho.

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Ministro das Finanças irlandês, Michael Noonan conhece Juncker das reuniões do Eurogrupo GEORGES GOBET/AFP

A Irlanda quer acabar o mais rapidamente possível com o empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI), uma estratégia que pode representar uma poupança anual de 375 milhões de euros em juros. Esta sexta-feira, na reunião dos ministros das Finanças da zona euro, os irlandeses deverão receber a aprovação formal que necessitam (já que a Europa, via Bruxelas e Banco Central Europeu, também é credora do país) para começar a pagar os 22 mil milhões concedidos pelo FMI, a um juro de cerca de 5%, acima do actualmente praticado pelos mercados.

Para já, a ideia do ministro  das Finanças irlandês, Michael Noonan, passa por reembolsar a organização com sede em Washington através de três tranches, de cinco mil milhões de euros cada uma. O primeiro reembolso deverá ocorrer ainda este ano. A estratégia foi apresentada formalmente na segunda-feira junto do Comissário Europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros Jyrki Katainen.

De acordo  com Noonan, citado pela agência Reuters, Katainen indicou apoiar o plano, e aguardava “mais informações” para pode ter “uma noção mais exacta” do que está em causa. Antes do encontro com os restantes membros da zona euro, Noonan vai reunir-se, quinta-feira, com o presidente do BCE, Mário Draghi, com o presidente do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira  (FEEF) e com o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.

Ao dar este passo junto do FMI, a Irlanda abre um precedente que pode ser seguido por outros países intervencionados pela troika de credores, como Portugal. Até ao momento, o governo português ainda não deu nenhum passo formal no sentido de antecipar o pagamento de parte do empréstimo, seja para poupar juros, seja para evitar picos de reembolsos.

A reunião do Eurogrupo servirá também para debater a actual conjuntura económica, com a zona euro a atravessar um período de arrefecimento no crescimento. A Itália já veio defender uma revisão das metas do défice.

 

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