Grupo de aviação IAG adverte que "não vai subir" oferta pela Aer Lingus

Proposta avalia a empresa em cerca de 1400 milhões de euros.

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AFP/PAUL FAITH

O grupo hispano-britânico de aviação IAG avisou esta quinta-feira que "não vai subir" a oferta proposta pela transportadora irlandesa Aer Lingus, que avalia em cerca de 1400 milhões de euros. Num comunicado aos mercados, o International Airlines Group (IAG), que agrupa a British Airways e as espanholas Iberia e Vueling, afirma que a oferta anunciada a 26 de Maio, de 2,55 euros por ação, "é a final" e não será aumentada.

Esta declaração traduz uma advertência para a transportadora irlandesa low cost [de baixo custo] Ryanair, sócio maioritário da Aer Lingus com 29,9% das acções, que poderia pôr problemas à venda (aprovada pelo Governo irlandês, dono de 25,1% das acções).

O presidente executivo do IAG, Willie Walsh, pediu na quarta-feira à Ryanair dirigida por Michael O'Leary para actuar "de forma racional" e aceitar a proposta de compra, que lhe será apresentada oficialmente nos próximos 28 dias.
O responsável máximo do IAG fez este apelo em Dublin, um dia depois do Governo irlandês aceitar alienar 25,1% das acções, que ainda possui na Aer Lingus desde que esta foi privatizada em 2006.

Com o "sim" do Executivo irlandês, o IAG confirmou que os accionistas da Aer Lingus receberão 2,55 euros por cada título (2,50 por acção e um dividendo de 0,05 euros), avaliando, assim, a antiga companhia de bandeira irlandesa em 1400 milhões de euros. "Creio que a Ryanair reconhecerá os méritos da oferta que propusemos, o valor que estamos a oferecer por esta operação e, em consequência, vai querer fechar o acordo", afirmou Walsh, que foi presidente executivo da Aer Lingus entre 2001 e 2005.

Walsh precisou que não falou com O'Leary nas últimas semanas, mas recordou que as duas companhias não podem chegar a outro tipo de acordos, como a repartição de rotas, porque violaria as leis da concorrência e aquisições.

Até agora, a Ryanair afirmou que a sua posição "não mudou" e que a direcção da empresa "ainda não recebeu a oferta", cujos "méritos serão estudados quando for apresentada".

A operação do IAG conta com a aprovação da direcção da Aer Lingus e do executivo irlandês e enquanto espera a resposta da Ryanair, também deverá persuadir os sindicatos, que se opõem porque pedem mais garantias sobre a manutenção do pessoal e as conexões internacionais.

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