Enquanto o primeiro-ministro e o ministro das Finanças fazem uma ronda negocial por várias capitais da União Europeia, o Tesouro grego conseguiu colocar no mercado 812,5 milhões de euros de títulos de dívida pública a seis meses. Em relação à última emissão do mesmo tipo, a procura dos investidores caiu e a taxa de juro obtida subiu 0,45 pontos percentuais.

De acordo com a agência responsável pela gestão da dívida pública grega, os bilhetes de tesouro emitidos – os primeiros desde a tomada de posse do novo Governo - ficaram com uma taxa de juro de 2,75%. Há um mês, uma emissão semelhante tinha garantido uma taxa de 2,3%.

A procura também caiu. Na emissão desta quarta-feira, a procura foi 1,3 vezes superior à oferta, quando em Janeiro tinha sido 1,58 vezes superior.

Esta emissão faz parte do programa normal de emissão de dívida pública de curto prazo que a Grécia manteve sempre em vigor mesmo no auge da crise da dívida soberana na Europa. Nos últimos meses, o país começou também a realizar emissões de dívida a médio e longo prazo.

O novo governo grego já anunciou a sua intenção de realizar uma emissão de dívida pública a seis meses, na ordem dos 10 mil milhões de euros, como forma de assegurar as necessidades de financiamento do Estado enquanto o país não chega, até Junho, a um acordo com os seus parceiros europeus para um novo programa de apoio financeiro.

Para fazer uma emissão deste tipo, contudo, a Grécia teria de ultrapassar o limite de dívida de curto prazo emitida de 15 mil milhões de euros que ficou estabelecido com a troika. De acordo com o Financial Times, o BCE está bastante reticente em apoiar um alargamento deste limite, por temer que essa dívida de curto prazo possa servir apenas para fazer face ao pagamento de dívida de longo prazo que chega agora à sua maturidade.