Governo vai desfazer-se da totalidade dos CTT

Capital que não for vendido até ao final do ano na operação aprovada nesta quinta-feira será alienado a médio prazo.

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CTT detectaram o extravio de várias encomendas postais ao longo dos últimos meses Pedro Cunha

Apesar de só ter aprovado nesta quinta-feira a venda até 70% do capital dos CTT, o Governo pretende desfazer-se da totalidade da empresa (que o Estado hoje detém a 100%) a “médio prazo”, disse fonte próxima do processo.

Após a oferta pública inicial a lançar em Dezembro, o executivo irá escolher o modelo a seguir para a privatização total do grupo de correios nacional. A ideia será aguardar por uma normalização da tranche de acções que será alienada até ao final do ano para decidir como proceder em relação ao capital que não for comprado agora.

A venda da maioria dos CTT foi aprovada nesta quinta-feira em Conselho de Ministros. O modelo definido pelo Governo prevê que sejam alienadas "um número de acções representativas de uma percentagem de até 70% do capital do social" através de duas operações distintas: uma oferta pública de venda (OPV) no mercado nacional (retalho) e a venda directa a um conjunto de instituições financeiras, "que ficam obrigadas a proceder à subsequente dispersão das acções nos mercados de capitais", lê-se no comunicado emitido após o Conselho de Ministros. Desconhece-se, ainda, a que preço serão vendidos os títulos.

Fonte próxima do processo adiantou que em breve será aprovada pelo Governo a repartição dos 70% a alienar em bolsa entre o retalho e investidores institucionais. Sabe-se, para já, que 5% das acções serão reservadas aos trabalhadores com um desconto de 5% face ao valor fixado para a venda das acções.

O Governo optou pela OPV, em detrimento da venda directa (como aconteceu, por exemplo, com a ANA) por ter expectativas de um encaixe financeiro mais elevado e por considerar que os CTT têm características que os tornam mais atractivos para este tipo de operação. Nomeadamente, o facto de operarem num mercado maduro e de terem já passado por um processo de reestruturação que diminuiria as sinergias a obter por um investidor privado.

 

 

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