Governo quer estabilidade laboral na PT mas não será mediador com a Altice

Trabalhadores querem apoio do Governo na negociação de um acordo social com a Altice. António Pires de Lima lembra que a PT não é a TAP.

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A Cresap remeteu o parecer ao anterior Ministério da Economia, liderado por Pires de Lima Daniel Rocha

O Governo quer estabilidade laboral na PT Portugal, mas não vai servir de mediador entre uma empresa privada e os seus trabalhadores, disse ao PÚBLICO o ministro da Economia, António Pires de Lima.

A comissão de trabalhadores da PT espera ser recebida na próxima semana pelo ministro da Economia, disse ao PÚBLICO o seu presidente, Francisco Gonçalves: “Pedimos uma reunião com o ministro de maneira a que se consiga um acordo social que proteja os interesses da empresa e a estabilidade laboral”.

A PT Portugal tem mais de 11 mil trabalhadores no activo e cerca de cinco mil que estão em casa, em situação de pré-reforma e suspensão de contratos.

Questionado pelo PÚBLICO, Pires de Lima assegurou que estará sempre disponível para receber os sindicatos e a comissão de trabalhadores e “transmitir as suas preocupações”, mas sublinhou que “não é ao Governo que compete fazer de mediador” entre a empresa e os trabalhadores. “Não se pode pedir ao Governo que numa empresa privada assuma o mesmo papel que numa empresa como a TAP. São outras circunstâncias”, disse.

Na quinta-feira, depois de a venda à Altice ter sido aprovada na assembleia geral da PT SGPS com 98% dos votos, o ministro sublinhou o facto de ter chegado ao fim "a situação de indefinição” na PT Portugal e congratulou-se com “o investimento enorme” numa empresa portuguesa. “Há que cuidar e saudar os investidores estrangeiros e não denegri-los”. “Não é irrelevante, seja qual for o investidor, um investimento de 7400 milhões de euros numa empresa portuguesa”, disse ao PÚBLICO.

“A PT estava em morte lenta, agora tem um caminho”, afirmou Francisco Gonçalves. O próximo passo da comissão será “exigir ao novo dono da empresa” um acordo social que salvaguarde os interesses dos trabalhadores, acrescentou.

“A PT dificilmente conseguirá ter a força que teve”, lamentou no final da reunião, Jorge Félix, do sindicato dos trabalhadores da PT (STPT). Disse ainda que terá de haver com a Altice “uma negociação para assegurar os direitos dos trabalhadores".

 

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