Governo prepara base de dados com “cadastro” dos funcionários públicos
Objectivo é centralizar o pagamento dos salários e facilitar futuras políticas remuneratórias.
O Governo está a criar uma base de dados com um “cadastro” de todos os trabalhadores da administração pública com o objectivo de centralizar o pagamento dos salários e facilitar a definição de políticas remuneratórias, disse esta quinta-feira Hélder Rosalino, durante uma conferência em Lisboa.
O secretário de Estado da Administração Pública explicou que o objectivo desta nova ferramenta é centralizar o pagamento dos salários dos funcionários públicos num único sistema e facilitar, nomeadamente, a definição de novas políticas remuneratórias.
“É nisso que estamos a trabalhar, numa base de dados com cadastro de todos os trabalhadores da administração pública”, vincou o governante.
No final, em declarações aos jornalistas, Hélder Rosalino explicou que a nova ferramenta, cuja implementação consta no Memorando de Entendimento, “será um sistema de processamento de salários único para toda a administração pública”, que substituirá os mais de 80 sistemas de processamento de salários actualmente existentes.
“A prioridade é a administração central, mas não só”, explicou o secretário de Estado, referindo que “a ideia é alargar a toda a administração local e regional”.
Segundo Hélder Rosalino, o novo Sistema de Gestão de Recursos Humanos para a Administração Pública (GERUP) será instalado em 2013 em todos os organismos do Ministério das Finanças.
“Em Maio, está prevista a migração de um conjunto significativo de serviços e o último a entrar é o da Autoridade Tributária [e Aduaneira], que é o mais complexo”, especificou.
A partir de 2014, o GERUP será alargado a outros ministérios e o objectivo é integrar num único sistema, já usado nas empresas, e que integra “a vertente financeira, recursos humanos e de logística”.
“Com o sistema único, podemos controlar todo o sistema de pagamento de salários, aumentar o mecanismo de controlo, mas também nos oferece uma base de dados de todos os trabalhadores da administração pública, algo que até agora não havia”, disse ainda.
Durante a conferência, Hélder Rosalino referiu que a reforma do Estado é um processo “exigente”, “contínuo” e “incremental”, e alertou que “não pode haver radicalismos na reforma”, salientando que o “esforço a fazer nos próximos anos é tremendo e não há alternativa”.