Governo lança campanha a defender qualidade dos combustíveis simples

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Os preços dos combustíveis estão a contribuir para a inflação baixa David Clifford/Arquivo

A Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC) defende que "a questão dos aditivos é comercial", realçando que "se fossem mesmo necessários, as marcas de automóveis exigiam a sua inclusão na norma europeia".

"Todo o combustível vendido em Portugal respeita a norma europeia da qualidade, que é a norma mais exigente do mundo", destaca o organismo público, que gere as reservas nacionais de petróleo e monitoriza o mercado dos combustíveis, sendo esta a principal mensagem de uma campanha de sensibilização que será lançada na próxima semana junto dos condutores.

Para o organismo liderado por Paulo Carmona, "a questão dos aditivos é uma questão comercial", realçando que "se os aditivos fossem mesmo necessários as marcas de automóveis exigiriam a sua inclusão na norma".

A campanha de sensibilização da ENMC, tutelada pelo Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, surge como resposta aos que dizem que os combustíveis simples, que desde 17 de Abril são comercializados por todos os postos de abastecimento nacionais, têm qualidade inferior.

A DECO -- Associação de Defesa do Consumidor também tem defendido que os combustíveis sem aditivos têm a mesma qualidade dos aditivados. "Não há nada a temer em relação à qualidade dos combustíveis simples", defende a associação, baseando-se num teste, realizado 'às cegas' em Dezembro de 2012, baptizado "Igual ao Litro".

Na altura, quatro automóveis iguais percorreram o mesmo percurso diário, num total de 12.000 quilómetros, com quatro variantes de gasóleo (dois simples, um regular e um premium), e, no final, foi semelhante a acumulação de depósitos e no desgaste do núcleo vital do motor.

"Não existem diferenças entre os combustíveis a não ser no preço", garantiu recentemente Vítor Machado, coordenador de centro de produtos e serviços da DECO, aliás o que motivou uma reclamação na ASAE por publicidade enganosa.

Na semana passada, o ministro do Ambiente, Moreira da Silva, defendeu no Parlamento que a introdução dos combustíveis simples representará uma poupança anual de 200 milhões de euros na fatura dos portugueses, considerados os atuais níveis de consumo.

"Desvalorizar três cêntimos [por litro] é não estar em linha com as preocupações dos portugueses. Trata-se de 200 milhões de euros por ano que serão poupados aos consumidores", declarou Moreira da Silva na comissão de Economia e Obras Públicas na passada terça-feira.

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