Governo adia reuniões com sindicatos para "não perturbar negociação política"

Encontros com os sindicatos da função pública serão retomados na próxima semana, após as conversações entre os principais partidos.

Foto
Hélder Rosalino faz compasso de espera nos encontros com os sindicatos. Pedro Maia

O secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino cancelou o encontro que tinha agendado para esta terça-feira com os sindicatos da administração pública. Em cima da mesa deveria estar a lei geral do trabalho em funções públicas que prevê, entre outras matérias, o despedimento na função pública, o corte nas férias e o aumento do horário de trabalho no Estado.

“Informa-se que a reunião de negociação da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas prevista para amanhã não se poderá realizar, mantendo-se, todavia, o restante calendário negocial já definido”, refere uma nota enviada pelo governo às estruturas sindicais. A próxima reunião ocorrerá no dia 22 de Julho.

Hélder Rosalino explicou ao PÚBLICO que a reunião foi anulada “para não perturbar o processo de negociação política que está a decorrer” e que deverá terminar no próximo domigo.

 “Estamos a meio de um processo negocial entre os partidos e é importantes que se dê espaço para as conversações”, realçou ao público o dirigente da Federação Sindical para a Administração Pública (FESAP) José Abraão. A FESAP espera ainda que “os parceiros sociais também sejam envolvidos no processo de discussão” que está em curso entre os partidos do arco da governação.

A estrutura tem expectativas de que a requalificação e o aumento do horário de trabalho, que foram aprovados na generalidade na Assembleia da República na semana passada, possam vir a ser reapreciados.

Na sexta-feira, durante o debate sobre o Estado da Nação, o primeiro-ministro disponibilizou-se a negociar algumas das medidas previstas no memorando, mas sublinhou que algumas dessas medidas estavam prontas.

Na sétima avaliação do programa português o governo comprometia-se a entregar no Parlamento a lei geral do trabalho em funções públicas, as alterações á fórmula de cálculo das pensões da Caixa Geral de Aposentações e o aumento da idade da reforma dos 65 para os 66 anos para se ter acesso à pensão completa.

 

Sugerir correcção
Comentar