Galp procura comprador para activos de 500 milhões

Francesa EDF entre as interessadas numa posição minoritária nos activos de distribuição de gás natural da Galp.

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Carlos Gomes da Silva é o presidente da Galp Ricardo Campos

Não é a primeira vez que a Galp Energia ausculta o mercado sobre o interesse numa posição minoritária (49%) nos seus activos de distribuição de gás. Porém, para alguns analistas, o actual contexto de taxas de juro baixas poderá revelar-se propício a que a petrolífera consiga um negócio vantajoso com a venda destes activos regulados, que no relatório e contas de 2015 vinham avaliados em 1100 milhões de euros.

Segundo a Reuters, que cita fontes próximas das negociações, a EDF Invest (veículo de investimento da francesa EDF), o Goldman Sachs Infrastructure Partners e o First State Investments foram algumas das entidades que já apresentaram propostas não vinculativas por posições nas redes de distribuição de gás da Galp, que poderão oscilar entre 25% e 49% do capital. Contactada, fonte oficial da petrolífera presidida por Carlos Gomes da Silva recusou comentar a operação, que incide sobre empresas como a Lisboagás ou a Beiragás.

Apesar de a Galp ter aberto uma consulta ao mercado em 2011 (quando estava sob a liderança de Manuel Ferreira de Oliveira), a venda destes activos acabou por não se concretizar. Mas alguns analistas consideram que o momento poderá ser propício para fechar um negócio que o mercado já aguarda há algum tempo.

“Na nossa visão, esta seria uma medida sensata da Galp, tendo em conta que estaria a vender numa altura de taxas de juro historicamente baixas, beneficiando da avaliação de negócios de longa duração, equiparados a bonds [obrigações], como a distribuição regulada de gás," referiu uma nota de research do BPI, citada pela Reuters.

Também o Haitong, que avalia os activos da Galp em cerca de 1360 milhões de euros, classificou a operação como "potencialmente positiva".

Esta não seria a primeira vez que a Galp desinveste em activos de gás (no ano passado vendeu o negócio de comercialização de gás e electricidade em Madrid à Endesa, por 24 milhões) para apostar todas as fichas na actividade petrolífera.

A Galp tem neste momentos sete unidades de produção de petróleo em funcionamento, duas em Angola e outras cinco no Brasil (onde se espera que este ano entre em funcionamento uma oitava, tendo a chinesa Sinopec como sócio). Porém, em 2020, o número total de projectos chegará aos 16 e, segundo as contas da empresa, será já este ano que o investimento no Brasil e em Angola atingirá o valor mais elevado, oscilando entre 1100 e 1300 milhões de euros.

O objectivo inscrito pela empresa no plano de negócios até 2020 é o de atingir um cash flow positivo em 2018.

 

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