Galp junta-se à Eni para procurar petróleo no Alentejo

Governo prolonga período dado à Galp para explorar petróleo em águas ultra-profundas no Alentejo.

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Galp tem mais um ano para procurar petróleo no Alentejo Foto: Miguel Madeira

Há meses que a Galp procurava um parceiro para partilhar “o risco” da exploração de petróleo ao largo da costa alentejana. Mas para isso tinha de garantir que o Governo lhe prolongasse o prazo de concessão. A petrolífera liderada por Ferreira de Oliveira conseguiu as duas coisas, a extensão do prazo de concessão por mais um ano, e chegar a acordo com a italiana Eni para se juntar ao projecto.

As duas petrolíferas anunciaram esta quinta-feira um acordo de exploração de petróleo relativo a três áreas de concessão na costa alentejana, mas caberá à Eni a liderança do projecto, com uma participação de 70%. Simultaneamente, o Governo prolongou os contratos de concessão da bacia do Alentejo até Outubro do próximo ano (a adenda também foi assinada esta quinta-feira, numa cerimónia pública).

Fez em Novembro um ano que a brasileira Petrobrás anunciou o encerramento das actividades em Portugal, abandonando os 50% que detinha em projectos de exploração detidos em parceria com a Galp em Peniche e no Alentejo. Se em Peniche foi a Repsol quem se tornou a operadora dos quatro blocos da concessão, no Alentejo caberá aos italianos o papel de operadores e promotores dos três blocos.

De acordo com informações da Galp, nos últimos dois anos investiram-se cerca de 70 milhões de euros nas análises sísmicas e estudos de campo da bacia do Alentejo. A fase seguinte passa pela perfuração de um poço de exploração, mas não há quaisquer garantias de que venham a ser encontrados hidrocarbonetos.

Segundo o comunicado enviado pela Galp à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), as três concessões - Lavagante, Santola e Gamba - abrangem uma área total de aproximadamente 9.100 km².

Apesar de a Eni ter vindo a reduzir progressivamente a sua presença no capital da Galp (tem actualmente uma fatia de 8%, que será vendida no próximo ano),em detrimento da Amorim Energia (de Américo Amorim, Sonangol e Isabel dos Santos) as duas empresas têm mantido relações de parceria, como é o caso do projecto de exploração de gás natural em Moçambique, na bacia do Rovuma, onde a Eni é a operadora e a Galp tem uma posição de 10%.

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