Galp corta investimento em 15% até 2020

Petrolífera antecipa preço do crude nos 35 dólares e espera menores resultados operacionais em 2016.

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A Galp antecipa o preço do petróleo nos 35 dólares em 2016, com um “aumento gradual” até aos 70 dólares em 2020 Paulo Pimenta

A Galp anunciou nesta terça-feira a sua estratégia de investimento para os próximos anos. À semelhança do que já tinha acontecido no ano passado, a empresa voltou a cortar o investimento médio anual, que deverá situar-se entre mil e 1,2 mil milhões de ano entre 2016 e 2020 (aproximadamente cinco mil milhões), menos 15% face ao estabelecido nas metas anteriores.

Para 2016, “o ano em que o investimento no Brasil e em Angola atingirá o valor mais elevado”, o investimento deverá situar-se entre 1,1 e 1,3 mil milhões de euros.

Para este ano, a empresa estima que o lucro antes juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) caia face aos resultados atingidos em 2015, de 1,5 mil milhões de euros. Este ano, o resultado deverá situar-se entre 1,2 mil milhões e 1,3 mil milhões de euros, revelou a Galp na apresentação do Dia do Investidor, que se realiza esta terça-feira em Londres,

Olhando, para o período entre 2015 a 2020, a expectativa da Galp é de um crescimento anual médio do EBITDA de 15%. Nestas contas, a Galp antecipa o preço do petróleo nos 35 dólares em 2016, com um “aumento gradual” até aos 70 dólares por barril, em 2020. Ainda assim, a empresa sublinha, na apresentação, que os seus projectos de produção são rentáveis a partir dos 30 dólares por barril.

A Galp tem neste momentos sete unidades de produção em funcionamento, duas em Angola e outras cinco no Brasil, esperando-se que uma oitava esteja operacional já este ano no Brasil. Porém, em 2020, o número de projectos chegará aos 16.

Em 2015, a empresa duplicou a produção e já estava a produzir 59 mil barris/dia no final do ano, mantendo-se o calendário dos projectos no Brasil, o patamar dos 80 mil barris será alcançado já em 2017, garantiu recentemente o presidente executivo da Galp, Carlos Gomes da Silva.

Na apresentação desta terça-feira, a empresa diz esperar que, até 2020, a taxa de crescimento de produção de petróleo e gás se situe entre os 25% e os 30%. “Não penso que existam histórias de crescimento na indústria tão interessantes como as da Galp”, disse esta manhã o presidente da empresa, perante cerca de uma centena de analistas, investidores e gestores de fundos internacionais, em Londres.

Referindo-se a 2016 “como mais um ano desafiante para a Galp” num contexto de queda dos preços do petróleo, Gomes da Silva sublinhou que o facto de a empresa ser um operador integrado de energia (está presente na exploração e produção, bem como refinação e distribuição de combustíveis) continua a garantir à Galp “a resiliência” para ultrapassar os desafios da indústria.

A Galp vai propor aos accionistas na assembleia geral de Abril a distribuição de um dividendo de 41 cêntimos relativo ao exercício de 2015.O dividendo pago no ano passado, referente a 2014, foi de 35 cêntimos.

O PÚBLICO viajou a convite da Galp

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