Fabricante do Viagra vai fundir-se com a dona do Botox

Fusão cria gigante na indústria farmacêutica. Pfizer compra Allergan por 160 mil milhões de dólares, numa operação com desfecho marcado para o segundo semestre de 2016.

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Andrew Kelly/Reuters

A farmacêutica norte-americana Pfizer, que comercializa o Viagra, e a irlandesa Allergan, fabricante do conhecido tratamento anti-rugas Botox, oficializaram nesta segunda-feira a sua fusão. Trata-se da maior operação financeira na história da indústria farmacêutica mundial e está estimada em 160 mil milhões de dólares (cerca de 150 mil milhões de euros).

A fusão, aprovada pelos conselhos de administração dos dois grupos, prevê que o novo gigante farmacêutico adopte a designação Pfizer Plc. A sede ficará em Dublin e as acções serão cotadas na bolsa de Nova Iorque.

De acordo com a imprensa internacional, que cita fontes próximas do processo, a operação permitirá ao grupo norte-americano aliviar a sua factura fiscal. É que ao deslocar a sede da empresa para a capital irlandesa, os lucros da nova farmacêutica ficarão sujeitos a uma taxa de 12,5%, muito abaixo dos 35% que a Pfizer é obrigada a pagar nos Estados Unidos.

Os actuais accionistas da Pfizer ficarão com 56% da nova empresa e os da Allergan com 44%.  A Pfizer assumirá o conselho de administração da futura empresa, assegurando 11 lugares contra os quatro que serão atribuídos à Allergan. O actual líder do grupo norte-americano, Ian Read, será o chairman e director executivo da nova empresa; enquanto o patrão da Allergan, Brent Saunders, assumirá a presidência e será também director de operações.

A expectativa dos dois grupos é que a operação seja finalizada no segundo semestre de 2016, uma vez ainda faltam os pareceres dos reguladores dos Estados Unidos e da União Europeia.

"A proposta de  fusão da Pfizer com a Allergan permitirá criar uma empresa farmacêutica líder global, reforçando a capacidade de investigação, descoberta e oferta de mais medicamentos e de mais terapias a mais pessoas no mundo”, disse Ian Read, citado num comunicado divulgado nesta segunda-feira pelas duas empresas.

Se tudo correr como previsto, este passará a ser o maior negócio do género anunciado em 2015, ultrapassando a fusão das cervejeiras SABMiller e AB Inbev.

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