Euribor mais alta dita novo aumento da prestação da casa

Taxas a três e a seis meses voltaram a subir em Outubro. BCE mantém-se atento às condições em que o crédito chega à economia.

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Este ano, a Euribor a três e a seis meses registou o valor mais baixo em Maio Rui Gaudêncio

As taxas Euribor a três e a seis meses, às quais está associada a maioria dos empréstimos à habitação, aumentaram de forma ligeira em Outubro, ao contrário do que aconteceu no mês anterior. Quem tiver um empréstimo indexado à Euribor em qualquer um destes prazos vai sentir uma subida superior a um euro nos contratos de crédito a rever em Novembro, considerando um empréstimo de 150 mil euros, a 30 anos.

A subida acontece porque as taxas que estiveram na base da última revisão, realizada em Maio com base no valor de Abril, eram mais baixas do que as actuais. No caso da Euribor a seis meses — o prazo mais utilizado nos empréstimos para a compra de habitação em Portugal — a taxa estava em Abril em 0,324%, enquanto a média de Outubro se fixou em 0,342%.

De acordo com uma simulação feita pelo PÚBLICO para um empréstimo de 150 mil euros, a 30 anos, indexado à Euribor a seis meses e com um spread ou margem comercial do banco de 0,7%, a prestação a rever em Novembro sobe para 485,36 euros. O valor é superior em 1,25 euros ao montante da última revisão.

Uma simulação idêntica aplicada a um contrato associado à Euribor a três meses deixa antecipar uma subida da prestação de 1,17 euros. Enquanto o valor que vigora nos contratos revistos em Maio está nos 476,21 euros, agora, a prestação passa para 477,38 euros.

Em Outubro, a média da Euribor a três meses fixou-se em 0,226%, regressando ao valor registado em Agosto depois de uma descida para 0,223% em Setembro. Este ano, o valor mínimo fixado pela Euribor neste prazo aconteceu em Maio (0,201%), mas está acima do mínimo histórico de 0,185% de Dezembro do ano passado.

Já a Euribor a seis meses fixou-se nesta mês de Outubro em 0,342%, ligeiramente acima do valor de Setembro, mas a mesma média de Agosto. Face a Abril, o mês de comparação, a subida é mais forte, contra os 0,324% então registados. Até agora, o valor mais baixo registado neste prazo em 2013 aconteceu igualmente em Maio (0,299%), tendo a partir daí subido de forma ligeira de mês para mês, tendo interrompido esse movimento apenas em Setembro, com uma queda muito ténue.

As taxas continuam mais baixas do que há um ano, resultado da actuação do Banco Central Europeu (BCE). A instituição mantém a taxa de juro de referência num mínimo histórico de 0,5% e já deu indicação de que poderá voltar ceder mais liquidez ao sistema monetário da zona euro.

Preocupado com as condições em que o crédito chega à economia da moeda única, o presidente do BCE, Mario Draghi, disse no início de Outubro estar atento à evolução das taxas de juro de mercado. Deixou, assim, a porta aberta à concessão de novos empréstimos de longo prazo aos bancos, algo a que os mercados financeiros estão agora atentos. Para quinta-feira da próxima semana está agendada a reunião mensal do Conselho de Governadores do BCE.

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