Dívida das empresas públicas sobe 565 milhões de euros após chegada da troika

Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, revelou descontrolo durante o inquérito dos eurodeputados à actuação da troika.

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CArlos Costa diz que programa português foi desenhado à pressa. Foto: Jorge Miguel Gonçalves/NFactos

O endividamento das empresas públicas agravou-se desde que a equipa da troika chegou a Portugal e aumentou mais de 565 milhões de euros, revela nesta quinta-feira o Diário de Notícias.

As revelações foram feitas por Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, durante um encontro com os eurodeputados que estiveram em Portugal, na semana passada, para avaliarem a intervenção da troika em Portugal.

Carlos Costa diz que ao longo de 2012 até houve uma redução do endividamento, mas o ano encerrou acima do ponto de partida e a situação continuou a deteriorar-se em 2013. No ano passado, as contas voltaram a descontrolar-se e a dívida do sector empresarial do Estado deverá rondar os 47 mil milhões de euros.

De acordo com o jornal, Carlos Costa lembrou, durante o encontro com a equipa do Parlamento Europeu, que “o programa [português] teve de ser desenhado em tempo recorde”. Além disso, não previa uma linha dedicada a cobrir as necessidades de financiamento das empresas públicas, através de garantias, enquanto os bancos tiveram direito a uma almofada de 12 mil milhões de euros para apoiar a sua recapitalização.

Em Março de 2011, a dívida total do sector empresarial do Estado ascendia a 27% do PIB, o ano seguinte encerrou com 27,7% e os dados mais recentes revelam que o rácio da dívida rondará os 28,4%.

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