Delta vende mais 30% no estrangeiro e já está em 80 supermercados no Brasil

Vendas nos mercados internacionais atingem os 70 milhões de euros. Angola continua a ser o maior motor de crescimento

Foto
Rui Miguel Nabeiro, administrador da Delta Cafés, prevê crescimento do negócio este ano Nuno Ferreira Santos

As vendas fora de Portugal da Delta aumentaram 30% em 2013, um ano que Rui Miguel Nabeiro, administrador da Delta Cafés, classifica de “extraordinário”. As receitas obtidas no estrangeiro totalizaram os 70 milhões de euros. E foi no Brasil que as atenções se viraram nos últimos 12 meses.

A empresa de Campo Maior, fundada por Rui Nabeiro há mais de 50 anos, está nos estados brasileiros de São Paulo, Espírito Santo (Vitória), Distrito Federal (Brasília) e Rio Grande do Sul (Porto Alegre), nos supermercados e na restauração. Em São Paulo, as cápsulas da Delta Q estão à venda em 80 lojas de retalho, nomeadamente na cadeia Oba, fundada em 1979 em Belo Horizonte e, hoje, com 4300 trabalhadores.

“Num fim-de-semana conseguimos vender mais de 200 máquinas de café nas lojas Oba”, adiantou ao PÚBLICO Rui Miguel Nabeiro, acrescentando que no canal horeca (hotéis e restaurantes) a empresa já conta com 250 clientes. Em Espírito Santo, a Delta é “líder de mercado nas cápsulas”.

A Delta está em 35 países através de uma rede de distribuidores e em cinco de forma directa (Espanha, principal mercado externo, Angola, França, Luxemburgo e Brasil). É nestes últimos mercados que tem concentrado esforços. Há cerca de um ano começou, pela primeira vez, a vender na grande distribuição em França, em oito supermercados E. Leclerc na zona de Paris, naquele que foi um primeiro passo depois de ter mudado de imagem e direccionado o negócio para os mercados internacionais. A expansão naquele território não deverá avançar muito mais. “Em França não abrimos muito mais. Todas as cadeias de supermercados portugueses estão já terminadas, mas finalizámos o ano atingindo os nossos objectivos e abrindo em regiões novas, como em Bordéus”, resume Rui Miguel Nabeiro.

No Luxemburgo, a Delta já conseguiu assegurar presença na prateleira de “quase todos os retalhistas”. E em Angola nada de novo: continua a ser o “grande motor de crescimento e o maior mercado depois de Espanha”.

As contas de 2013 ainda não estão fechadas, mas Rui Miguel Nabeiro adianta que, mesmo em Portugal, as vendas cresceram, “o que não acontecia há dois anos”. “Tivemos boa performance, alavancada pelo último trimestre, onde se notou maior confiança do consumidor”, analisa.

Para este ano, o administrador da Delta Cafés diz só poder esperar resultados positivos. “Tem de ter um ano extraordinário para a Delta. Virão países novos e novidades. Onde estamos temos muito por onde crescer. Tem de ser um ano muito bom”, disse, sem querer adiantar mais detalhes sobre os planos de expansão da marca de café. Este ano a Delta quer reforçar mais as operações onde está representada através de distribuidores.

No final de 2012, a empresa passou a estar em todos os mercados com uma única imagem e com os mesmos produtos. Além da mudança de imagem (o característico triângulo mantém-se), alteraram-se os nomes dos lotes de café, que passaram a ser “mais exportáveis”.

A Delta tem 3110 trabalhadores e produz anualmente mais de 20 milhões de toneladas de café.

Sugerir correcção
Comentar