CGTP contraria Governo e insiste no aumento dos salário mínimo
Central sindical contraria argumento do Governo de que as empresas não conseguem aumentar salários, afirmando que um maior salário mínimo seria bom para a economia.
A CGTP insistiu nesta quarta-feira no aumento dos salários e no desbloqueamento da contratação colectiva das empresas como sendo passos “fundamentais” para o funcionamento das empresas.
Durante uma manifestação que reuniu cerca de 200 dirigentes e delegados sindicais, em Lisboa, Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, defendeu “melhores salários, particularmente o aumento do salário mínimo nacional para 513 euros, com efeitos a partir de 1 de Janeiro”.
Arménio Carlos contrariou o argumento do Governo, que rejeita o aumento salarial invocando a incapacidade das empresas de aumentar a despesa num contexto de contracção e ajustamento económico. De acordo com o secretário-geral da CGTP, melhores salários significam “pôr a economia a crescer”, porque “a melhoria do poder de compra é fundamental para o funcionamento das empresas”.
“Se os trabalhadores tiverem melhor poder de compra consomem mais, as empresas fazem mais negócio, criam mais emprego, e as receitas do Estado e as contribuições para a Segurança Social podem aumentar”, afirmou nesta quarta-feira Arménio Carlos, em resposta aos jornalistas.
Para Arménio Carlos, a alternativa às políticas do Governo passa por “melhores condições de vida para as pessoas que vivem e trabalham em Portugal”.
O dirigente considera que “só com a melhoria da economia” será possível “dar o salto qualitativo” para que o país pague o que deve aos credores internacionais e “distribua de outra forma a riqueza”.
O sindicalista argumenta que a economia não vai crescer com as políticas que o Governo vem implementado, e lembra que “é o próprio Fundo Monetário Internacional a reconhecer que, [assim], Portugal em 2020 terá uma dívida de 110% do Produto Interno Bruto (PIB)”.
“Este Governo quer condenar os portugueses e Portugal a uma situação de dependência e de profunda fragilização perante os nossos credores”, acrescentou.
A respeito da sétima avaliação da troika, Arménio Carlos afirmou que, como vem acontecendo até agora, mesmo que o Governo diga que “tudo está a correr maravilhosamente bem”, logo acrescentará que “não chega”, que “é preciso mais: mais austeridade, mais sacrifícios, mais ataques aos direitos dos trabalhadores”.