Católica aponta para recuo de 3,7% na economia no primeiro trimestre de 2013

ECEP destaca que, face ao ano passado, há uma melhoria relativa das condições de financiamento da economia portuguesa.

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As exportações deverão crescer 3,5% em 2012 Foto: Daniel Rocha

A Universidade Católica estima que a economia portuguesa tenha contraído 3,7% no primeiro trimestre deste ano, em termos homólogos, mantendo a previsão de uma queda do produto de 2,4% no conjunto do ano de 2013.

Na Folha Trimestral de Conjuntura, apresentada pelo Núcleo de Estudos de Conjuntura sobre a Economia Portuguesa (NECEP), a Universidade Católica refere que a contracção em cadeia foi de 0,1% nos primeiros três meses do ano, o que compara com uma queda de 1,8% no trimestre anterior.

O NECEP esclarece que "os patamares absolutos historicamente bastante baixos dos indicadores permitem apenas concluir que houve um claro decréscimo do ritmo de contracção da economia face ao verificado no final de 2012, mas que não deve ser ainda interpretado como sinal de uma inversão cíclica".

Isto porque, acrescenta o NECEP, estes indicadores podem apenas reflectir "o eventual desaparecimento de fenómenos pontuais que poderão ter influenciado negativamente os dados do trimestre anterior".

Para os economistas da Católica, o desempenho da economia portuguesa ao longo do ano dependerá da procura externa, alertando que os números mais recentes das exportações "desaconselham uma leitura muito confiante".

O NECEP destaca que, face ao ano passado, há uma "melhoria relativa das condições de financiamento da economia portuguesa, que pode facilitar a recuperação do investimento e da confiança dos agentes", justificando com isto a ligeira revisão em alta do crescimento para 2014, antecipando agora uma contracção de 0,4%.

No entanto, os economistas da Universidade Católica alertam para os factores de incerteza, que podem influenciar estas previsões do NECEP, que estão "envoltas num grau de incerteza invulgarmente elevado".

A nível externo, destacam a crise da dívida soberana na zona euro, que terá efeitos na confiança dos agentes económicos, na evolução das exportações portuguesas e nas condições de financiamento do Estado e da economia, e, a nível interno, referem "o acréscimo de incerteza em torno da estratégia orçamental e da situação política".

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