Católica alerta para "longo caminho" a percorrer para PIB chegar aos níveis de 2010

O comportamento do investimento "continua a ser a principal dúvida sobre a qualidade e intensidade da recuperação económica em curso", considera núcleo de estudos.

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Consumo de marcas da distribuição aumentou com a crise Paulo Pimenta

Os economistas da Universidade Católica consideraram nesta sexta-feira que o crescimento de 0,4% em cadeia no segundo trimestre é uma "notícia positiva", mas alertaram para o "longo caminho a percorrer" para a economia portuguesa chegar ao nível de 2010.

O Produto Interno Bruto (PIB) português cresceu 1,5% no segundo trimestre de 2015 face ao período homólogo e registou um crescimento em cadeia de 0,4%, segundo a estimativa rápida das contas nacionais trimestrais reveladas hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Para o Núcleo de Estudos sobre a Conjuntura da Economia Portuguesa, da Universidade Católica (NECEP), o crescimento trimestral em cadeia de 0,4% "confirma a recuperação gradual da economia portuguesa", que "recuperou 2,8%" desde o segundo trimestre de 2013.

No entanto, os economistas da Católica sublinham que "a quebra acumulada neste ciclo recessivo entre o primeiro trimestre de 2010 e o primeiro trimestre de 2013 foi de 8,1%", o que quer dizer que "há ainda um longo caminho a percorrer até se atingirem os níveis do PIB de 2010".

Comparando com o desempenho das outras economias europeias entre Abril e Junho, o NECEP refere que "a economia portuguesa está a crescer a um ritmo um pouco superior ao da zona euro", cujo crescimento foi de 0,3% em cadeia e de 1,2% em termos homólogos, mas destaca que Portugal está "aquém do comportamento da economia espanhola", que cresceu no segundo trimestre deste ano 1% em cadeia e 3,1% em termos homólogos.

O NECEP considera ainda que se a "aceleração do investimento no segundo trimestre" for "um resultado consolidado", esta recuperação do investimento "suportaria a possibilidade da aceleração do crescimento do produto durante o resto do ano".

No entanto, para os economistas da Católica, o comportamento do investimento "continua a ser a principal dúvida sobre a qualidade e intensidade da recuperação económica em curso".

Ainda assim, estimam que a informação disponível até ao momento "torna exigente mas não impossível um crescimento anual em 2015 na casa dos 2%", acima da previsão do Governo que aponta para um crescimento de 1,6% este ano.

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