BCP e BES fecham acordo para a Controlinveste

Memorando de entendimento com Joaquim Oliveira abre a porta à entrada de novos accionistas no grupo que detém o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias, O Jogo e a TSF.

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A venda, em 2005, da dona do Diário de Notícias a Joaquim Oliveira foi alavancada em dívida Miguel Manso

Ao fim de mais de um ano de negociações, o Banco Comercial Português (BCP) e o Banco Espírito Santo (BES) deverão assinar, nesta terça-feira, um memorando de entendimento com o empresário Joaquim Oliveira para permitir a alteração da estrutura accionista da Controlinveste, grupo de media do qual os dois bancos são os principais credores, avança o Diário Económico.

É mais um passo para abrir caminho à entrada de novos accionistas no grupo que detém títulos como o Diário de Notícias, o Jornal de NotíciasO Jogo e a TSF. Para isso, deverá ser concretizada uma operação financeira em que o BCP e o BES, por conversão de dívida em capital, passam a ser accionistas de uma parcela da Controlinveste, hoje controlada por Joaquim Oliveira.

Segundo o Diário Económico, os dois bancos têm praticamente concluído o desenho da operação financeira que reconverte dívida em capital e que deverá passar ainda pela entrada, como accionista, do empresário angolano António Mosquito na área de media da Controlinveste.

Àquele jornal, também o empresário Luís Montez (dono da Música no Coração) confirmou ter sido contactado no sentido de “fazer parte de uma solução”. “Disse que estava disponível, mas é prematuro avançar com um acordo, porque não tenho informação financeira disponível para tomar uma decisão”, afirmou.

A venda, em 2005, da Lusomundo Media (TSF, Jornal de Notícias Diário de Notícias), pela Portugal Telecom, a Joaquim Oliveira (dono da Olivedesportos) foi alavancada em dívida.

A concretizar-se, a operação resultará, segundo o Diário Económico, numa participação de cerca de 30% para o BCP e BES, outra (de 25%) para Joaquim Oliveira, actual presidente do conselho de administração do grupo, cabendo a restante fatia de capital para António Mosquito, através de um fundo de investimento, e Luís Montez.

A assinatura de um memorando de entendimento é, de acordo com o mesmo jornal, uma exigência de Joaquim Oliveira para dar mais informação à consultora KPMG, responsável pelo processo de verificação prévia do processo à Controlinveste, em nome do Atlântico (banco de investimento controlado pela Sonangol, maior accionista do BCP).

António Mosquito M’Bakassy, 56 anos, é um dos grandes investidores do Banco Caixa Geral Totta Angola, detido pela Caixa Geral de Depósitos e pelo Santander. O empresário detém 12% da instituição bancária e está à frente do grupo António Mosquito, com interesses em áreas como o automóvel, petrolífero e diamantes. Em Agosto, fechou um acordo que lhe dá o controlo da construtora do grupo Soares da Costa, subsidiária onde detém agora 66,7% do capital.

Já Luís Montez, genro de Cavaco Silva, é dono da promotora de espectáculos Música no Coração (que detém, entre outras, as rádios Nostalgia, Radar e Oxigénio) e partilha, a título individual, com Álvaro Ramos, da Ritmos&Blues, o consórcio Arena Atlântico (dono do antigo Pavilhão Atlântico).
 
 
 

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