BCE antevê nova contracção na Zona Euro em 2013

Economia da Zona Euro deverá ter novo ano de recessão, de acordo com as novas previsões do BCE, que reviu em baixa as expectativas de Setembro.

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Mario Draghi afirmou que houve uma "ampla discussão" antes da decisão de manter a taxa de juro de referência do BCE inalterada Lisi Niesner/Reuters

O Banco Central Europeu antevê uma nova recessão económica na Zona Euro em 2013, afirmou esta quinta-feira o presidente do banco, Mario Draghi. As novas previsões apontam agora para que o Produto Interno Bruto dos países do euro se situe entre uma contracção de 0,9% e um crescimento de 0,3%. Mas as perspectivas económicas “muito fracas” para o próximo ano de que falou Mario Draghi apontam para que a contracção seja o caminho mais provável.

“Prevemos que a fragilidade económica da zona euro se estenda para o próximo ano”, afirmou Mario Draghi na conferência de imprensa desta quinta-feira. O BCE havia apresentado em Setembro previsões que situavam a evolução do PIB da zona euro, em 2013, entre uma contracção económica de 0,4% e um crescimento de 1,4%.

A apresentação desta quinta-feira marcou também uma primeira previsão da evolução económica da zona euro em 2014, ano em que o BCE espera que a actividade económica na zona euro cresça entre 0,2 e 2,2% do PIB. Mario Draghi anunciou ainda, durante a conferência de imprensa, que esperava que a economia do euro mostrasse sinais de melhoria já no fim de 2013.  

Ainda antes da apresentação desta tarde, já havia sido anunciado pelo BCE que a taxa de juro de referência se iria manter no mínimo histórico de 0,75% e que a taxa de juro de depósitos que o banco central do euro paga sobre o valor dos depósitos dos bancos comerciais também permanecerá nos 0%.

Em todo o caso, Mario Draghi admitiu, na conferência de imprensa desta quinta-feira, que houve uma “ampla discussão” sobre a possibilidade de a taxa de juro de referência se reduzir ainda mais e que também foi considerada uma taxa de depósitos negativa, de forma a que a linha de crédito dos bancos da zona euro seja estimulada. Mas Draghi afirmou que a reunião mensal do BCE apresentou um consenso para manter ambos os valores inalterados face ao aumento dos impostos indirectos e preços de energia em alguns países do euro.  

Sobre o tema da supervisão bancária comum, Mario Draghi afirmou que “a discussão política está apenas no início”, mas que espera “um acordo em breve” para o processo de criar um supervisor comum para os cerca de 6000 bancos comerciais do euro, uma vez que, afirmou, os benefícios do sistema “não são contestados”.
 
 

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