Banif quer rescindir contratos com 300 funcionários

O banco que recorreu à ajuda do Estado pretende encerrar 60 balcões até final do ano

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Banco quer fechar 60 balcões

O Banif vai abrir esta terça-feira um processo de rescisões amigáveis com o qual pretende reduzir em 300 o número actual de funcionários. As candidaturas, avança fonte oficial do banco, poderão ser apresentadas até ao próximo dia 28.

 A partir desta terça-feira, o banco que recebeu uma ajuda de 700 milhões de euros do Estado, abre a possibilidade de os seus funcionários aderirem livremente ao programa de rescisões voluntárias e amigáveis, que incluirá situações de pré-reforma e de reforma antecipada. O objectivo é prosseguir o plano de saneamento da instituição e de redução de custos que, só na área laboral e no fecho de agências, deverá possibilitar uma poupança anual de 15 milhões de euros.

Concluído o prazo de formalização de candidaturas, a 28 de Março, a administração liderada por Jorge Tomé decidirá sobre quais as propostas que aceita e as que irá recusar, de forma a não afectar o funcionamento dos diferentes departamentos da instituição. Desde 2012, ano em que pediu a intervenção estatal, já deixaram o Banif 611 colaboradores, pelo que o seu universo laboral se reduzirá, com a saída de mais 300, para 2000 funcionários. O programa de desvinculações amigáveis deverá ficar fechado ainda em Abril e o seu custo ascenderá a 12 milhões de euros.

Os trabalhadores que aceitarem a rescisão vão ter direito a indemnizações que irão variar entre 1,1 e 1,5 salários por cada ano de trabalho. Os rácios mais elevados serão utilizados para os colaboradores com salários mais baixos e menos anos de casa, enquanto os que auferem melhores salários verão a indemnização calculada com um rácio mais baixo.

Para além destas condições, o banco promete apoiar com linhas de financiamento próprias os funcionários que pretendam iniciar uma nova actividade profissional, isto, para além de manter as actuais condições no crédito para aquisição de habitação. Jorge Tomé também garante durante um ano o plano de saúde em vigor no banco. Fonte oficial recusou assumir a opção por um “despedimento colectivo ou uma negociação mais dura”, no caso de não ser atingido o objectivo das 300 rescisões por acreditar que terá sucesso, tendo em conta a experiências anteriores.

Para além da redução do quadro de pessoal, o Banif vai também avançar, até final deste ano, com o fecho de mais 60 balcões (a maioria no Continente e na área comercial), o que fará com que aumente para 126 o número de agências encerradas desde 2012. No final deste ano, a rede comercial do banco, no mercado doméstico, terá um total de 226 balcões.

Com estas iniciativas o Banif antecipa em cerca de dois anos e meio a meta definida no programa de reestruturação do grupo, nomeadamente, em termos de rentabilidade e de redução de custos. “O programa era para ser feito em 5 anos, mas vamos poder fazê-lo em três anos”, sublinhou um responsável da instituição.  

Em relação ao aumento de capital de 450 milhões de euros que o banco tem de concretizar no âmbito do processo de saneamento financeiro, fonte do Banif adiantou, esta segunda-feira, que as negociações com a Guiné Equatorial para assumir uma parte desse esforço estão a correr de forma "favorável", embora sem adiantar datas para a sua conclusão. O PÚBLICO apurou que a Guiné Equatorial, que deverá entrar no Banif através de uma empresa estatal, com ligações à Europa e EUA, ainda não formalizou junto do Banco de Portugal qualquer pedido de investimento no Banif. 

Notícia actualizada às 20h40

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