Brasil dá fôlego à produção de petróleo da Galp

Produção de petróleo cresceu 16% no 1º trimestre. Queda das cotações do Brent permite melhorar margem de refinação.

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Venda de produtos refinados desceu 4,6% na comparação com o último trimestre do ano passado Joana Camões (arquivo)

A produção de petróleo da Galp aumentou 57,4% no primeiro trimestre do ano, de acordo com os dados operacionais preliminares divulgados ontem pela empresa. O comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) revela que a produção média diária líquida da Galp (aquela que a petrolífera pode considerar integralmente nos seus resultados depois de descontados encargos e impostos sobre a produção) era de 38,7 mil barris no final de Março, acima dos 24,6 mil barris dia registados no período homólogo. Esta marca representa um aumento da produção líquida de 16% face ao último trimestre de 2014, indicam os dados da Galp.

Um crescimento que se deveu essencialmente à evolução dos investimentos no pré-sal brasileiro: além de ter aumentado a produção da unidade flutuante (FPSO) Cidade de Paraty, a Galp também colocou em funcionamento uma terceira FPSO (Cidade de Mangaratiba) no último trimestre do ano.

Esta evolução foi de alguma forma ofuscada com a descida do preço do petróleo, que desvalorizou cerca de 50% face ao período homólogo. Segundo os dados divulgados pela Galp, o preço médio do Brent no primeiro trimestre de 2014 rondava os 108 dólares por barril, valor que compara com 53,9 dólares no final de Março.

Mas a queda dos preços do petróleo continua ainda assim a ser positiva para a Galp, já que tem permitido à empresa melhorar resultados na actividade de refinação. Segundo a o comunicado, no final de Março, a margem de refinação atingiu os 5,3 dólares por barril, acima do valor médio de 3,3 dólares registados em 2014. É um valor que compara também com a margem negativa de 0,6 dólares nos primeiros meses do ano passado.

O volume de matérias-primas processadas aumentou 34% em termos homólogos, enquanto a venda de produtos refinados subiu cerca de 20%. Já na comparação com o quarto trimestre do ano passado, o volume e a venda registaram descidas de 5,1% e 4,6%, respectivamente.

A revenda internacional de gás natural (trading) voltou a crescer no primeiro trimestre. Esta actividade, que já é um dos principais vectores de crescimento da empresa, registou um aumento de 12% no primeiro trimestre, permitindo que as vendas totais de gás natural registassem uma melhoria homóloga de 5,6%.

Face ao trimestre anterior, o negócio pelo qual é responsável Carlos Gomes da Silva, o administrador executivo que em breve sucederá a Manuel Ferreira de Oliveira na liderança da Galp (a assembleia geral em que serão confirmados os novos órgãos sociais realiza-se na quinta-feira) cresceu 30%.

No ano passado, período em que o volume vendido internacionalmente (3.713 mm³) subiu 22%, a Galp realizou 40 operações de trading, tendo como destino essencialmente o Extremo Oriente e a América Latina.

 

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