Troika adia de novo o regresso a Atenas devido a divergências sobre reformas

O diferendo tem a ver com um previsível buraco no OE para 2014, que a troika diz ser de 1500 milhões de euros e Atenas diz que é três vezes menor.

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Zona euro pré-acordou um perdão de 100 mil milhões de euros em empréstimos concedidos à Grécia Foto: John Kolesidis/Reuters

A troika de credores internacionais da Grécia decidiu adiar de novo o seu regresso a Atenas, inicialmente previsto para segunda-feira, dado que persistem as divergências com as autoridades gregas quanto às reformas no país.

"Ainda não decidimos quando regressará a missão", disse nesta sexta-feira à Efe Simon O'Connor, porta-voz da Comissão Europeia.

"O Governo grego está em contacto com a troika para encontrar a data mais adequada para o seu regresso a Atenas", indicou em comunicado o Ministério das Finanças grego, citado pela agência ANA, depois de ter sido noticiado que o regresso da troika à Grécia previsto para o início de Dezembro foi cancelado.

O ministro das Finanças grego referiu, no início da semana, que a intenção é chegar a acordo com a troika antes do final do ano, dado que a Grécia assume a presidência rotativa da União Europeia a 1 de Janeiro.

A troika iniciou em Setembro uma nova ronda de negociações na Grécia, da qual depende o pagamento de uma nova fatia do empréstimo concedido ao país.

As conversações foram interrompidas semanas depois e só foram retomadas em Novembro, mas duas semanas mais tarde os enviados do Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia e Banco Central Europeu (BCE) voltaram a abandonar Atenas sem concluir a missão de avaliação.

O diferendo tem a ver com um previsível buraco no Orçamento para 2014 que a troika diz ser de 1,5 mil milhões de euros e Atenas considera que é três vezes menor.

O ritmo das privatizações (demasiado lento para os credores) e eventuais novos cortes nas pensões são outros pontos de atrito.

No próximo dia 7, está prevista a votação do Orçamento para 2014 no Parlamento.

O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, a directora do FMI, Christine Lagarde, o chefe da missão do FMI na Grécia, Poul Thomsen, e o ministro grego das Finanças, Yannis Stournaras, mantiveram uma videoconferência na quinta-feira à noite e, segundo os media gregos, concordaram que se deve acelerar as conversações.

O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, desloca-se a Bruxelas na próxima quarta-feira para contactos sobre a situação na Grécia e sobre a presidência rotativa da União Europeia, indicou uma outra porta-voz da Comissão, Pia Ahrenkilde.
 

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