De Paparazzo a Mazarine Pingeot

Seis histórias no percurso da exposição de Metz.

”Não inventei nada”, dizia Fellini, “Basta ler os jornais.” Se não inventou, baptizou, chamando Paparazzo à personagem, em La Dolce Vita (1960), de um fotógrafo que assaltava de Vespa a vida das vedetas. Paparazzi terá nascido da contracção de papatacci, ferozes mosquitos da planície do Pó, e razzi, os clarões dos flashes

Foto

Ao inspirar-se na estética paparazzi para a colecção de moda da Harper’s Bazaar de 1962, fazendo um pastiche do encontro explosivo entre Richard Burton e Elizabeth Taylor, o fotógrafo Richard Avedon explicitava um fascínio  ambivalente de artistas e fotógrafos (William Klein, Gerhard Richter, Alison Jackson, Cindy Sherman...) por um métier e seus rituais

Foto

Diana de Gales (Diana Finger Up, 2000, trabalho da britânica Alison Jackson) e Britney Spears são figuras sintomáticas da história paparazzi: a morte da primeira, em 1997, culminou uma narrativa mútua de atracção, caça e manipulação (o seu encontro com Dodi al-Fayed daria origem à série de fotos mais cara da história paparazzi). A segunda exponenciou o contrato diabólico com a visibilidade, dando nova vida a um mercado atordoado pela crise de 2008 e pelo fluxo da Internet

Foto

Em Reporters (1981), documentário de Raymond Depardon, Francis Apesteguy protesta porque Richard Gere não se deixa fotografar, nem se digna tirar os óculos. A argumentação é a de quem vê na sua profissão um combate de exposição de um microcosmos social, o das stars: o paparazzo e a política

Foto

Como um odd couple em Madison Avenue: Jackie Onassis e Ron Galella. Ela acusa-o de a perseguir, ele processa-a por ela não cooperar, não o deixar trabalhar. Ele é condenado a manter-se à distância, mas não deixa de registar as turbulentas cenas do casamento entre uma estrela e o seu paparazzo

Foto

Mazarine Pingeot, a filha “escondida” de François Mitterand, cuja identidade foi revelada pela fotografia de Sebastien Valiela, foi uma das vozes indignadas contra a caução que um museu como o Pompidou de Metz dá com esta exposição: “Como se isto pudesse tornar-se arte”

Foto

 

Sugerir correcção
Comentar