Dona do Pingo Doce teve lucros de 756 milhões em 2023. Eslováquia é o próximo destino

Grupo de distribuição alimentar Jerónimo Martins, que tem presença em três países, viu resultados líquidos aumentarem 28,2% no ano passado. E avança para o quarto mercado este ano.

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Diogo Baptista
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A sociedade gestora de participações sociais Jerónimo Martins (JM) – dona do Pingo Doce e Recheio em Portugal, da Biedronka na Polónia e da Ara na Colômbia – obteve um resultado líquido, após interesses minoritários, de 756 milhões de euros em 2023. É um aumento de 28,2% por comparação a 2022, anunciou esta quarta-feira a SGPS cotada na praça de Lisboa.

As receitas consolidadas no período em análise foram de 30,6 mil milhões de euros, confirmou ainda o grupo, uma progressão de 20,6% face ao exercício fiscal imediatamente anterior.

A actividade de retalho alimentar na Polónia, onde o grupo tem presença desde meados dos anos 90 do século passado, com a Biedronka, foi responsável por 70,2% das receitas consolidadas (ou 21,5 mil milhões de euros), um crescimento anual de 22,3%. A JM terminou 2023 com 3569 supermercados Biedronka, mais 174 do que 12 meses antes.

Em Portugal, onde tem presença no retalho alimentar, através do Pingo Doce (a meias com o grupo holandês Ahold Delhaize, que detém 49% da cadeia) e da rede grossista Recheio, as vendas também melhoraram em 2023. O Pingo Doce teve proveitos de 4,8 mil milhões de euros (mais 7,9%), valendo no ano passado 15,9% das vendas consolidadas. O Recheio cresceu 15,1%, para 1,33 mil milhões de euros (ou 4,4% das vendas do grupo). A JM terminou o ano passado com 482 supermercados e hipermercados Pingo Doce (mais 10 unidades em termos líquidos) e 43 cash & carry Recheio (sem alteração, em número, face a 2022).

Na Colômbia, mercado onde a JM SGPS, liderada por Pedro Soares dos Santos, entrou em 2013, o grupo terminou o décimo ano de actividade com 1290 unidades da cadeia de lojas de proximidade, e com receitas de 2,43 mil milhões de euros. É um aumento de 37,7% face a 2022, numa rede em que o crescimento ainda está muito assente na forte expansão (com mais 197 unidades no ano passado) e que representou já 8% das vendas realizadas no ano passado pelo grupo em todo o mundo.

O EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês) foi de 2,2 mil milhões de euros, adiantou ainda o grupo no comunicado emitido esta quarta-feira ao mercado. É uma subida anual de 17% face a 2022.

Investimento de 1,2 mil milhões inclui Eslováquia

Nas perspectivas anuais que constam da comunicação hoje emitida ao mercado, a administração da JM SGPS aponta para a realização de um investimento de 1,2 mil milhões de euros durante o ano de 2024, semelhante ao registado em 2023. Mas com a adição de um novo mercado ao portefólio do grupo: a Eslováquia.

Segundo Pedro Soares dos Santos, presidente do conselho de administração da SGPS e administrador-delegado, a "visão de longo prazo [do grupo] mantém-se válida", reiterando o compromisso com o programa de investimento, "que, em 2024, se espera venha a cifrar-se em 1,2 mil milhões de euros, em linha com o realizado em 2023”.

"Para além da expansão e remodelação das redes de lojas", acrescenta o mesmo responsável, citado no comunicado, "o programa inclui o reforço da operação logística na Polónia, em Portugal e na Colômbia e considera também o investimento inicial para lançar a operação na Eslováquia, cujas primeiras lojas deverão abrir no final deste ano".

Com o desenvolvimento do Pingo Doce em Portugal nos anos 80, a aposta polaca na Biedronka uma década depois e o lançamento de raiz na Colômbia há dez anos, a aposta agora confirmada pela JM da entrada na Eslováquia este ano torna o grupo português presente no retalho alimentar em quatro mercados distintos.

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