Exportadoras ganham peso entre as filiais de empresas estrangeiras

Espanha continua a ser o principal país de origem das filiais das empresas estrangeiras, mas são as sociedades francesas que geram mais valor.

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A Alemanha lidera no sector da indústria e energia, entre as filiais presentes em Portugal Daniel Rocha

O peso das filiais de empresas estrangeiras centradas nas exportações tem vindo a aumentar nos últimos cinco anos. De todo o valor acrescentado bruto (VAB) gerado pelas filiais estrangeiras presentes no mercado português, 40,3% vem de exportadoras, o que compara com uma percentagem de 35,3% em 2010, mostram dados publicados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O número de empresas com um perfil exportador diminuiu entre 2012 e 2013, mas no ano seguinte registou um pequeno crescimento, ao contrário do que aconteceu com as empresas não exportadoras, embora estas continuem a representar mais de dois terços das filiais.

Das mais de 5500 filiais estrangeiras a operar em Portugal, 1564 eram empresas voltadas para as exportações, mais 0,8% do que em 2013. Já o número de filiais não exportadoras diminuiu 2,9%, passando para um total de 3957.

Tanto num caso como noutro houve um aumento do valor acrescentado bruto (as vendas menos o valor associado aos consumos intermédios da produção). O VAB das filiais exportadoras totalizou 6186 milhões de euros, mais 2,7% do que em 2013, enquanto o VAB das filiais não exportadoras foi de 9150 milhões, um crescimento de 5,4% em relação ao ano anterior.

O reforço do peso das filiais estrangeiras exportadoras nos últimos cinco anos, diz o INE, foi “sustentado essencialmente pelo crescimento” do peso das filiais de empresas cujo capital de origem é de um país da União Europeia, cuja representatividade no valor acrescentado bruto passou em cinco anos de 29,9% para 36,2%.

As estatísticas do INE mostram que as 5521 filiais estrangeiras presentes no mercado português representam apenas 1,5% das empresas, mas são responsáveis por 23,2% do volume de negócios e por 21,8% do VAB.

Espanha continua a ser o país com maior presença em Portugal, no que respeita ao número de filiais. Do total de filiais estrangeiras, 27,2% eram de empresas espanholas. França surge em segundo lugar, com um peso de 14,3%, os Estados Unidos em terceiro, com 10,3% das empresas, a Alemanha em quarto, com 7,8%, e o Reino Unido em quinto, com 7,2%.

Fazendo a conta à origem do capital economicamente mais relevante – medido através do VAB – estes cinco países aparecem no topo, mas a ordem já não é a mesma. França surge em primeiro, com um peso de 17%, equivalente a 2600 milhões de euros, seguindo-se Espanha, com 16,6%, e a Alemanha, com 16,2%.

“Tanto no número de sociedades como no VAB, os países de origem do controlo do capital mais representativos mantiveram-se entre 2010 e 2014, apenas com algumas variações de posição no ranking. A variação mais relevante esteve relacionada com o crescimento do peso relativo da França face aos demais países, nomeadamente a Alemanha que, em 2013, detinha o controlo da maior parcela do VAB gerado pelas filiais estrangeiras em Portugal”, sublinha o INE.

Tendo em conta o valor acrescentado bruto dos países europeus, Espanha está à frente entre as filiais no sector da construção e actividades imobiliárias e no comércio; já França lidera nos transportes e armazenagem, enquanto a Alemanha lidera no sector da indústria e energia.

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