Consumo sustenta crescimento de 2,6% do PIB dos Estados Unidos

Investimento das empresas recuou 1,9%, a maior contracção desde 2009.

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Consumo cresceu 4,3%

A maior economia do mundo cresceu 2,6% no último trimestre de 2014, abaixo dos surpreendentes 5% apurados para os três meses anteriores, mas em linha com o seu nível potencial. Para o conjunto do ano, o Departamento do Comércio aponta para um incremento do produto interno bruto (PIB) de 2,4% (0,2 pontos percentuais acima do registo de 2013).

O crescimento do consumo (4,3% contra 3,2% no trimestre anterior) foi o principal impulsionador do resultado final, uma vez que responde por cerca de dois terços do total da economia dos Estados Unidos. O aumento verificado, que estabelece o valor máximo em sete anos, resulta essencialmente da redução dos preços da gasolina, consequência da queda da cotação do petróleo.

O preço médio dos combustíveis, lembra esta sexta-feira a agência Reuters, caiu cerca de 43% desde meados do ano passado, libertando dinheiro para que as famílias aplicassem na compra de outro tipo de produtos.

No lado menos dourado dos números, verifica-se um recuo nos níveis de investimento das empresas em equipamento (-1,9%), o que constitui a contracção mais acentuada desde 2009. Os analistas explicam que este registo reflecte uma redução do investimento no sector da extracção de petróleo, que é consequência da queda livre das cotações do ouro negro.

No ano passado, muitas companhias norte-americanas realizaram fortes investimentos nos sistemas de extracção do chamado shale-gas, o gás do xisto, mas no último trimestre do ano reduziram substancialmente este esforço, quando a cotação do petróleo, que chegou a estar perto dos 110 dólares em 2014, entrou em declínio e recuou para menos de 50 dólares por barril.

Outro factor que acabou por afectar negativamente o resultado foi o aumento do défice comercial com o exterior, que acabou por retirar 1,02 pontos percentuais ao crescimento do produto. Neste caso, a explicação reside na estagnação ou abrandamento de outras grandes economias do mundo com as quais os Estados Unidos têm fortes relações, como é o caso da zona euro, no seu conjunto, da China e do Japão.

Olhando para o futuro próximo, Gennadiy Goldberg, analista da TD Securities em Nova Iorque, afirmou à Reuters que espera "um consumo interno forte continue a sustentar o momento económico nos próximos trimestres, mesmo que o investimento continue a ser afectado pelo baixo nível dos preços do petróleo".

 

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