Produção industrial fraqueja na zona euro e na China

Índices de produção industrial a recuarem para mínimos de mais de um ano acentuam receios de uma nova crise económica.

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Agravam-se os receios de que o mundo possa estar a caminhar para um novo ciclo de crise económica. Os alarmes, que já vão soando um pouco pela zona euro, começaram esta segunda-feira a ouvir-se também no Reino Unido e na China, com os índices de produção industrial a recuarem para níveis cada vez mais próximos dos 50 pontos, que separam as águas entre as do crescimento e as da contracção.

Os mercados asiáticos foram os primeiros a sentir os efeitos das estatísticas. Pouco depois de abrirem, veio a público a indicação de que as fábricas chinesas, um dos suportes da segundo maior economia do mundo, viram o seu índice de produção (HSBC/Markit PMI) fixar-se em Agosto nos 50,2 pontos, um recuo de quase um ponto percentual face ao que tinha sido registado em Julho.

Pouco depois, soube-se que o índice de produção industrial para a zona euro, apesar de acumular 14 meses com registos acima dos 50 pontos, atingiu o sue mais baixo nível no espaço de um ano, ao fechar Agosto com 50,7 pontos, isto apesar de as empresas estarem a conter-se em matéria de aumento de preços dos produtos à saída da fábrica. Situação semelhante é apurada para as companhias britânicas, com um desempenho ao mais baixo nível em um ano e dois meses.

“Um recuo generalizado nos índices de produção industrial na China, na zona euro e no Reino Unido , depois de um segundo trimestre pouco brilhante, faz soar as campainhas de alarme quanto à evolução da procura global”, afirma à agência Reuters a economista-chefe da londrina G+Economics.

Os receios de uma escalada de tensão na Ucrânia e a ameaça de deflação na zona euro são as razões que estão na base dos problemas vividos no espaço da moeda única. Na China, o problema tem, essencialmente, a ver com recuos sensíveis na procura externa e interna, o que faz com que os analistas acreditem que o governo de Pequim poderá avançar com novos programas de estímulo económico.

No espaço da zona euro, estes novos dados, somados aos de um segundo semestre de estagnação e a um recuo da inflação para o valor mínimo em cinco anos (0,3%) coloca mais pressão sobre o Banco Central Europeu, para que recorra a medidas não convencionais que afaste os riscos de deflação e gere crescimento.

O conselho de governadores, presidido por Mario Draghi, reúne-se depois de amanhã, mas são ínfimas as possibilidades de o BCE avançar já para a acção. O mais provável é que o presidente, na conferência de imprensa que se segue à reunião, possa dar uma ideia de que passos a autoridade monetária está a pensar dar.
 

  



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