Consultora ISS recomenda a accionistas da PT que aprovem acordo com a Oi

Segundo a consultora, os riscos de rejeitar a proposta são maiores do que as vantagens, mas a ATM, associação que representa accionistas minoritários, aconselha voto contra.

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Grupo francês quer comprar o MEO para crescer em Portugal PÚBLICO/arquivo

A Institutional Shareholders Services (ISS), consultora internacional de aconselhamento a accionistas, recomenda aos accionistas da PT que votem favoravelmente a combinação de negócios com a brasileira Oi na próxima assembleia-geral de accionistas de 8 de Setembro. Segundo uma nota da ISS sobre o negócio entre a PT e a Oi a que o PÚBLICO teve acesso, a consultora entende que “a combinação de negócios entre a PT e a Oi continua a fazer sentido”.

A ISS também entende que os novos termos de troca negociados entre as empresas para superar a crise provocada pelos investimentos de 900 milhões de euros da PT na Rioforte “parecem justos”, tendo em conta “a situação excepcional desencadeada por uma má utilização de fundos por parte de gestores da PT”.

Por outro lado, a ISS sublinha que os riscos, “incluindo a possibilidade de a Oi entrar em litígio com a PT e tentar reverter a combinação dos negócios são superiores a qualquer vantagem” que os accionistas da PT pudessem extrair se rejeitassem o acordo. A consultora aconselha por isso que os investidores da PT votem favoravelmente o novo acordo, que prevê que a sua participação accionista na PT/Oi desça de 37% para 25,6% e que se transfiram para a PT SGPS os títulos da Rioforte. Assim, só os accionistas da PT ficarão expostos ao incumprimento da holding não financeira do Grupo Espírito Santo (GES).

Entendimento contrário tem a ATM, associação que representa diversos accionistas minoritários da PT e que na terça-feira entregou em tribunal (por via electrónica) uma acção popular contra a gestão da PT em que participam 25 investidores da operadora de telecomunicações que exigem ser ressarcidos pelos prejuízos causados pela aplicação na Rioforte. Quanto aos novos termos da fusão com a Oi, a ATM (que representa apenas cerca de 1% do capital da PT) aconselho o voto contra e argumenta que a empresa brasileira já tinha nas suas contas, desde Maio, os investimentos na Rioforte (quando foram transferidos para a empresa brasileira todos os activos da PT), mas agora “vem devolvê-los porque correram mal”.

Se a gestão da Oi aceitou a transferência destes activos e “agora vem dizer que não sabia de nada” é porque “não foi diligente e não foi cuidadosa” quando preparou o negócio, disse ao PÚBLICO o presidente da ATM, Octávio Viana. O responsável sustenta que “a Oi está a expurgar à custa dos accionistas da PT todos os activos de que não gosta”. Se a combinação de negócios entre a Oi e a PT for aprovada na AG de dia 8, a ATM admite ainda a possibilidade de avançar com um procedimento cautelar.

 

 

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