Para a ONU os media são fundamentais para divulgação dos direitos humanos

Na conferência organizada pela associação de Catarina Furtado, o representante do Fundo para a População da ONU serviu a receita para os media abordarem os direitos humanos. O PÚBLICO foi ainda distinguido nos prémios a trabalhos de jornalismo no âmbito dos direitos humanos.

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Esta quarta-feira os direitos humanos foram protagonistas na conferência O Palco aos Direitos Humanos, organizada pela associação da apresentadora Catarina Furtado, Corações Com Coroa (CCC), que teve lugar na Fundação Calouste Gulbenkian e que contou com três media partners, que estiveram presentes nas mesas de discussão: RTP, Rádio Comercial e PÚBLICO.

A abrir o evento, Guilherme d'Oliveira Martins, administrador da Gulbenkian, referiu que falar de um tema como o dos direitos humanos é “falar de pessoas de carne e osso”. Também a secretária de Estado da Igualdade e Cidadania, Catarina Marcelino, marcou presença e deu o alerta que abriu o debate: “Os acontecimentos da última semana, e os resultados eleitorais dos EUA, têm tido efeitos terríveis por este mundo fora, e na Europa. Deram força àquilo que nós mais tememos na Europa que são os extremismos e o caminhar para aquilo que pode vir a ser uma constante violação dos direitos humanos".

Ao palco subiu Alfonso Barragues, responsável pelas Relações Externas do Fundo das Nações Unidas para a População, nos escritórios em Genebra, para tentar responder à pergunta: “Como colocar os factos e a acção transformadora no palco dos media?”.

Ainda antes de ir directamente à questão, Barragues fez questão de agradecer “o esforço do Governo português em relação ao direito das mulheres mesmo numa situação de dificuldade” em que vive e viveu o país.

Falando da Agenda dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030, criada pela ONU, o espanhol diz que essa baseia-se em dois princípios fundamentais: a universalidade e a igualdade. Explicando ainda que, ao contrário das anteriores, esta agenda é um “contrato social entre todos os Governos e todos os cidadãos de todo o mundo”. Ou seja, neste caso, os objectivos abrangem os países em desenvolvimento e os países desenvolvidos.

Neste campo, na opinião de Barragues, “compete aos jornalistas e artistas adoptarem esta agenda como uma agenda própria”. “A participação dos media é fundamental”, defende. Isto porque “depende dos media que estes projectos sejam conhecidos”.

Sobre o papel da comunicação social, Alfonso Barragues explica uma metodologia “muito simples” que é utilizada nas agências de desenvolvimento da ONU, das quais faz parte o Fundo para a População, e que assenta em três perguntas “que podem ser utilizadas pelos meios de comunicação”:

  1. Quais são as populações e indivíduos mais afectados pelos problemas de desenvolvimento?
  2. Quais são as causas mais imediatas e mais profundas que expliquem o porquê destas situações de desigualdade?
  3. Quais são os actores responsáveis por tomar acções que combatam estes problemas e em que medida essas acções estão já a ser tomadas?

No espaço dedicado à 4.ª entrega de prémios CCC a trabalhos de jornalismo e publicidade no âmbito dos direitos humanos, o PÚBLICO foi distinguido com uma menção honrosa, na categoria de “Jornalismo”, pela reportagem escrita Racismo em Português da jornalista Joana Gorjão Henriques.

Na mesma categoria, a reportagem da TVI Mister, da jornalista Ana Leal, recebeu igualmente uma menção honrosa.

Na categoria de “Campanha”, a menção honrosa foi para o anúncio “Bati no seu carro” da Associação Salvador.   

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