Argelino detido pelo SEF pediu para ir fumar e escapou do aeroporto

De acordo com um documento a que o Diário de Notícias teve acesso o argelino foi autorizado por um funcionário do SEF a sair da zona de detenção para ir fumar.

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Este é o quarto cidadão ilegal a escapar do aeroporto nos últimos cinco meses Patrícia Martins/Arquivo

Um pedido para ir fumar foi o suficiente para conseguir passar pelo controlo da fronteira sem dificuldades, escapando ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. O argelino que a 27 de Setembro entrou ilegalmente em Portugal estava desde então detido no SEF. Foi autorizado por um funcionário a sair da zona de trânsito para ir fumar, conta o Diário de Notícias.

Mohamed A.I caminhou pelo percurso normal de passageiros, passou pela zona de bagagens, pela Autoridade Tributária (AT) e saiu pela porta principal do aeroporto, detalha a informação oficial do comandante da Direcção de Segurança Aeroportuária da PSP, Dário Prates.

De acordo com o comandante, as autoridades judiciárias já foram informadas e trata-se "de uma ocorrência que configura a prática de um crime", decorrendo já um inquérito, acrescenta a direcção do SEF.

Só desde Junho já fugiram dois cidadãos marroquinos e um outro argelino, conta o DN. Em Julho, quatro argelinos também tentaram escapar pela pista, mas foram apanhados pela polícia.

A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, reconheceu esta quarta-feira "fragilidades" no sistema de controlo destes passageiros, numa audição nesta quarta-feira na Assembleia da República a pedido do PSD.

No grupo de trabalho, que junta PSP, SEF, PJ e SIS [Serviço de Informações de Segurança], criado pela ministra, constam propostas como o aumento do número de câmaras de videovigilância no perímetro exterior do aeroporto e a melhoria do recrutamento e selecção das pessoas que vão trabalhar o aeroporto.

Em Julho, o sindicato de funcionários do SEF queixava-se da falta de inspectores e técnicos administrativos e falava de um cenário desolador em termos de recursos humanos.

O presidente do SEF, Acácio Pereira, sublinha à TSF que “os passageiros que estão na área internacional devem permanecer na área internacional a menos que haja questões de saúde ou judiciais, nada mais”, pelo que a saída por qualquer outra razão não deve ser autorizada. “A satisfação de necessidades individuais dos passageiros não é uma prática dessa natureza”, insistiu.

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