A deusa dos bebés

Há crianças que sabem que são superstars e comportam-se como tal, para bem e para mal. Mas há uma bebé com bochechas espectaculares que dá cartas a todas as outras. Não só tem consciência de ser uma vedeta, como aceita essa responsabilidade.

Faz questão de sorrir para os súbditos durante minutos a fio. Os sorrisos não são banais. São profundamente convincentes. Nós, os fãs, ficamos embevecidos. Não acreditamos na nossa sorte. Como é que aquela bebé tão bonita está interessada em nós? Será que gosta dos nossos sorrisos tanto como nós gostamos dos dela? Não pode ser. Mas assim parece. Os sorrisos da menina são tão bons que se diriam profissionais. Só conheço uma outra pessoa que é capaz de sorrir com tanta persuasão: é Meryl Streep.

Não se pense que esta bebé prejudica os pais com a atenção que dispensa aos admiradores. Pelo contrário, faz questão de manter mãe e pai divertidíssimos. Os pais são essa coisa rara: babados e cheios de razão.

O encantamento é geral. Família é família e está sempre em primeiro lugar, mas ela recusa-se, determinantemente, a negligenciar o público dela.

É preciso estudá-la atentamente — ela não se importa, está habituada — para detectar a condescendência magnífica de que é capaz. Comparada com ela, a Rainha da Inglaterra é uma garota.

A bebé compreende que é irresistível. Ser adorável não é uma escolha. É um destino. Mas é também uma missão, que inclui espalhar a concórdia e o amor pelas novíssimas gerações, enquanto estas ainda não aprenderam a andar.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários