Portugal começa mandato de dois anos no Conselho de Segurança

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Para Luís Amado, "Portugal é hoje um país respeitado, com credibilidade na cena internacional" Daniel Rocha

Portugal é, a partir deste sábado, membro não-permanente do Conselho de Segurança (CS) da ONU. Durante dois anos, vai sentar-se, com mais nove países, ao lado dos cinco grandes que fazem parte do núcleo permanente.

Uma vitória suada e que excedeu as expectativas, a 12 de Outubro passado, colocou Portugal de novo no órgão ocupado de forma permanente pelos Estados Unidos, China, França, Inglaterra e Rússia, 14 anos depois da última eleição.

Foram precisas duas horas de votação e três rondas entre os países-membros da Assembleia Geral para que Portugal entrasse no CS, com 150 votos, depois de o Canadá se ter retirado ao fim da segunda ronda e de a Alemanha ter já garantido assento na primeira. A eleição "revela bem que Portugal é hoje um país respeitado, com credibilidade na cena internacional", reagiu, na altura, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado.

Embora o voto seja secreto, sabe-se que Portugal beneficiou do apoio da América Latina, da Europa Central e de Leste.

No total, são dez os países eleitos por um período de dois anos como membros não-permanentes do Conselho de Segurança. Para Além da Alemanha, outros três foram eleitos na Assembleia Geral da ONU com Portugal: Colômbia, África do Sul e Índia. Brasil, Bósnia-Herzegovina, Gabão, Líbano e Nigéria, que entraram em funções há um ano, continuam com assento até Dezembro de 2011.

Como membro não-permanente, Portugal não terá direito de veto, reservado aos cinco permanentes. Mas a entrada da Índia e da África do Sul é vista como um reforço, no interior do Conselho de Segurança, do bloco de países hostis à aplicação de novas sanções ao Irão.

Da mesma forma, não se espera que a entrada dos cinco novos membros altere a posição das Nações Unidas relativamente ao dossier Coreia do Norte, sobre o qual a China – o principal aliado de Pyongyang – exerce o seu veto de forma regular.

Mas já sobre o Sudão, a entrada da África do Sul pode pesar num eventual fim do mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional ao Presidente sudanês, Omar al-Bashir, escreve a Reuters.

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