Henrique Neto critica Belém pela defesa das subvenções vitalícias

Para o candidato presidencial, Marcelo e Sampaio da Nóvoa também não foram claros sobre esta questão.

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Henrique Neto visitou nesta quinta-feira a fábrica da Autoeuropa, em Palmela Rui Gaudêncio

O candidato presidencial Henrique Neto acusou nesta quinta-feira Maria de Belém de querer privilégios para os políticos ao defender as subvenções vitalícias, mas acusou também Marcelo Rebelo de Sousa e Sampaio da Nóvoa de não falarem claro sobre estas questões.

"[Maria de Belém] Aparenta desconhecer aquilo que é a legalidade e aquilo que é a ética e a pedagogia democrática. Não consigo entender que alguém chegue à Presidência da República dando maus exemplos aos portugueses em geral, porque é, objectivamente, um incentivo a que outros façam o mesmo", disse.

Na segunda-feira, o Tribunal Constitucional (TC) declarou a inconstitucionalidade da norma que foi introduzida pela primeira vez no Orçamento do Estado para 2014, e que teve como consequência a suspensão do pagamento das subvenções vitalícias a ex-titulares de cargos políticos cujo rendimento do agregado familiar fosse superior a dois mil euros.

"Num momento e num tempo em que se fazem enormes sacrifícios, em que os portugueses passam por enormes dificuldades, desemprego, perda de casas, tudo aquilo que nós conhecemos de problemas na sociedade portuguesa, tentar justificar algumas excepções para os políticos é insustentável. Mas o facto é que é isso que tem acontecido ao longo dos anos", acrescentou.

Henrique Neto, que falava à agência Lusa durante uma acção de campanha junto dos trabalhadores da fábrica de automóveis da Autoeuropa, em Palmela, associou também os candidatos presidenciais Marcelo Rebelo de Sousa e Sampaio da Nóvoa ao que disse ser "uma lógica de manutenção de privilégios e de disfarçar as situações [de privilégio], porque não falam claro aos portugueses".

"Os candidatos, por uma questão de ganhar votos — penso eu que é por isso — têm aquela linguagem redonda, os afectos, a estabilidade, a unidade, que são palavras com as quais toda a gente está de acordo, mas não é disso que os portugueses vivem. Vivem de comida na mesa, vivem de ter um emprego, vivem de poderem mandar os filhos para a escola em boas condições", frisou.

Muito crítico dos principais partidos políticos que têm governado o país e que acusa de guardarem para si próprios as regalias e as mordomias, deixando as dificuldades para os outros, Henrique Neto disse que os candidatos presidenciais Marcelo Rebelo de Sousa, Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém evitam falar dessas questões e não acredita que mudem nada se forem eleitos para a Presidência da República.

"Eu não estou a ver que um destes três candidatos na Presidência da República altere seja o que for, porque eles defendem os partidos ao longo dos anos. E os partidos é que nos conduziram a esta situação de crise, de pobreza, de desemprego, de estagnação económica", disse o empresário e candidato presidencial Henrique Neto.

"Como é que eles podem ir mudar seja o que for na Presidência da República se não têm coragem de apoiar, quando é caso disso, mas também de criticar. E, infelizmente, há muitas razões para se criticarem os partidos nos últimos anos. E eles não o fizeram e continuam a não o fazer", acrescentou.

Henrique Neto deixou, ainda, um alerta a todos os portugueses, advertindo que a eleição de Marcelo, Sampaio da Nóvoa ou Maria de Belém para a Presidência da República "manterá o sistema disfuncional e empobrecedor em que temos vivido, bem longe dos princípios democráticos do 25 de Abril, e manterá o poder da promiscuidade existente entre política e os negócios, poder esse que nunca os incomodou".

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