CDS, tempo de confiança e de esperança

O CDS tem de ser a direita realista: nem saudosista, nem passadista.

A escassos dias do seu XXVI Congresso Nacional, que decorrerá em Gondomar, que dizer e que esperar do CDS?

Num tempo difuso e obscuro de um pós-modernismo egoísta, relativista e mau, esta hora tem de ser a hora da pessoa, das pessoas todas.

Passar dos critérios de análise montados a partir de categorias mentais a priorísticas (irremediavelmente ao serviço das estruturas do poder tradicional) para as análises comprometidas com a realidade e para as estratégias de proximidade, já não é mais uma opção.

É a regra.

O fundamento da acção política tem de ser o serviço.

O (novo) método é conhecer o outro e os seus problemas concretos.

Para posterior resolução em tempo útil.

É para isto que o CDS serve.

É para isto que o CDS tem de ser relevante.

Factor de mudança e de superação dos bloqueios crónicos do sistema político-partidário nacional.

Para tanto, é indispensável e crucial abandonar as rotinas do improviso e da intuição.

O CDS tem de saber proceder a diagnósticos rigorosos de situação.

Deixar para trás as opiniões redondas e transversais, os “sound bites” ruidosos de palco mediático ou bancada futebolística.

Partir para leituras objectivas da realidade no terreno.

Fazer diagnósticos sérios e honestos.

Mobilizar e agregar contributos e formular e apresentar em tempo as necessárias terapias.

Não se trata de vender crenças emocionais, nem de propor “fezadas” ao povo.

Trata-se de trilhar um caminho novo.

Fazer diferente.

O CDS tem de ser a verdadeira alternativa de direita.

Na promoção da pessoa e na defesa do Estado de Direito, que existe para servir toda a comunidade e que tem de ser refeito.

Anular e superar o discurso e a prática do populismo radical da esquerda, que criou a abjecção do Estado manietado, diminuído, ocupado e canibalizado.

Um Estado que anda a crédito de mesquinhos interesses organizados e clientelas.

Um Estado sugado por oligarquias que controlam os seus aparelhos, os seus mecanismos e as suas rendas.

O CDS tem de ser a direita realista: nem saudosista, nem passadista.

A direita moderada democrata e cristã que saiba preservar o melhor dos nossos costumes, tradições e história, mas que do mesmo passo consiga mobilizar permanentemente a mudança inteligente e gradual.

Um CDS que saiba promover e premiar o mérito pessoal e individual, sem nunca esquecer o sentido colectivo e as políticas sociais.

Nem populista, nem despesista: rigoroso e pragmático.

Um factor de permanente debate de ideias.

O partido da mobilização dos melhores quadros nacionais e da adesão participativa e cívica de todos.

Porque criar confiança política não é, evidentemente, fazer promessas redondas.

É saber partir de todas as periferias e dos seus problemas para a formulação das soluções mais equidistantes e mais justas.

Ser razoável e ser perseverante.

Para no fim ganhar a esperança da maioria, crescer e fazer crescer.

A bem de Portugal 

Advogado, conselheiro nacional do CDS

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