Cartas ao director

Forte com os fracos e fraco com os fortes

Vieram a público indícios de fraude e evasão fiscal dos principais futebolistas nacionais no estrangeiro, com especial destaque para Cristiano Ronaldo e demais companheiros do Real Madrid. Este caso surge na sequência da condenação de Messi e Neymar, entre outros, de crimes que lesaram o tesouro espanhol. Pelos vistos, em Espanha a Autoridade Tributária exerce uma fiscalização apertada sobre as grandes fortunas ou elevados rendimentos, o que contribui para a obtenção de receitas para o orçamento de Estado mas sobretudo para transmitir uma imagem de imparcialidade e justiça para com a sociedade, garantindo, que todos os cidadãos são tratados de forma igual.

Em contrapartida, cá no burgo, o fisco mostra-se particularmente agressivo, quase ditatorial, para com os pequenos infractores, penhorando habitações por dividas inferiores a quatro mil euros, ao passo que grandes fraudes fiscais passam completamente em claro, como os conhecidos casos de Ricardo Salgado ou de Vale Azevedo. Situação semelhante ocorreu em 2013, quando o governo de Mariano Rajoy, na necessidade de obter receitas para cobrir o défice de Estado, decidiu cortar de uma assentada as rendas de que beneficiavam as companhias do sector eléctrico espanhol.

Em Portugal, Passos Coelho, sem coragem para afrontar os grandes interesses corporativos, preferiu aumentar o IVA da electricidade de 6% para 23%, condenando as faixas da população mais pobre a pagar um montante bastante superior por um bem essencial. Infelizmente, estes exemplos apenas contribuem para fomentar o descrédito no sistema político, ficando clara a ideia de que o Estado se mostra fraco com os fortes e forte com os fracos.

João Ramos, Póvoa de Varzim

Offshores

Para que o cidadão tenha direito a hospitais, escolas, estradas é necessário que todos paguemos impostos consoante o que ganhamos ou temos. Dizem que os offshores serão bancos ou instituições espalhadas por esse mundo para depósitos de dinheiros mais ou menos avultados, mas rodeados de secretismo. E que servem também para fugirem ao pagamento de impostos. ´

Alguém furou o secretismo dos offshores e publicou os nomes dos utentes na comunicação social, de uma forma desabrida, com o anátema de criminoso, sem preservar o nome das pessoas, como aconteceu agora com gente do futebol.

Serão os offshores seguras, à prova de falências ou insolvências? E onde poderão, os que têm mais de 100 mil euros, limite que o Estado garante para os depositantes em Portugal, guardar o seu dinheiro?

Duarte Dias da Silva, Lisboa

Quem não sabe fazer contas

Os alunos portugueses do 4º ano batem os finlandeses no aproveitamento a Matemática, tendo ficado em 13º lugar entre alunos de 52 países. O problema não são os alunos: a grave questão é que são os adultos que não sabem fazer contas. Após a revolução dos cravos o FMI serviu-nos três planos de assistência financeira (1977, 1983 e 2011).

Ademar Costa, Póvoa do Varzim

 

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