Bicefalia em Espanha nas horas baixas do PSOE

Resultado das primárias em 1998 durou um escasso ano.

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O comissário europeu da Concorrência, Joaquín Almunia, entende que Portugal está em condições de implementar estratégia de desenvolvimento regional ERIC PIERMONT/AFP

Foi nas horas baixas do PSOE, a perda de poder dos socialistas após 14 anos à frente do Governo e a demissão verdadeiramente irrevogável de Felipe González como secretário-geral e o seu abandono da vida política activa, que a Espanha política viveu um momento de bicefalia.

 Durante escasso tempo, pouco mais de um ano, o catalão Josep Borrell foi candidato a rival de José Maria Aznar à presidência do Governo, enquanto o basco Joaquin Almunia era secretário-geral dos socialistas. A experiência acabou mal.

A saída de Felipe e de Alfonso Guerra da direcção do PSOE sem indicarem um delfim levou ao que então foi apresentado como uma experiência inovadora. Através de primárias duras entre Borrell e Almunia, em 24 de Abril de 1998, o primeiro foi eleito por 51 por cento dos votos candidato à presidência do Governo.

Contudo, a pugna interna distanciou os dois homens e provocou um trauma no aparelho do partido, apesar de Josep Borrell ter sido apoiado por 16 das 21 federações socialistas.

Nunca houve entendimento entre o candidato e o líder partidário. O primeiro queixava-se do pouco empenho do aparelho de partido na sua candidatura. O segundo esperou, pacientemente, alguma falha do seu companheiro. Uma intervenção medíocre num debate parlamentar com Aznar condenou Borrell.

Depois, o envolvimento num caso de corrupção de alguns dos seus antigos colaboradores na secretaria de Estado das Finanças obrigou o catalão à demissão em 14 de Maio de 1999. Alegando que não queria prejudicar o partido. Só anos mais tarde, em 2004, com José Luís Rodriguez Zapatero, os socialistas voltaram ao poder.
 

  



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