Cartas ao director

Trump

Como seria de esperar, o primeiro discurso do actual Presidente dos EUA na ONU correspondeu ao que o mesmo tem dito desde que os americanos o elegeram seu Presidente, democraticamente. Hitler em 1933, apesar de nascido na Áustria também foi eleito democraticamente, pelos alemães na Alemanha e deu no que deu. Claro que, apesar de tudo, este americano não chega aos pés dos horrores do austríaco à frente dos destinos da Alemanha, entre 1933 e 1945, mas os EUA ainda hoje são a maior potência mundial. Um discurso nacionalista, a roçar a xenofobia, e a criar mais divisões mundiais do que as que já tanto nos preocupam, ameaçando fazer implodir a Coreia do Norte e lutar contra o Irão, como se fosse o dono do mundo. E depois para se fechar com fronteiras nos seus EUA. Isto é a actual política dos EUA.

António Guterres, como secretário-geral da ONU, soube responder-lhe muito educadamente, mas o senhor dos EUA por vezes parece surdo. Hoje, não é só a América first que está na moda, temos Britain first com o "Brexit", a Venezuela com saudades do chavismo bolivariano, a Federação Russa com nostalgias do tempo dos czares, a Turquia a querer ser o que já foi e não é agora. E estamos num tempo global em que a pior parte da natureza humana animalesca está à alastrar por todo o lado, tudo pela irracionalidade, pelo isolamento, pela força bruta uns contra os outros.

 Augusto Küttner de Magalhães, Porto

 

Proibido proibir

Soube hoje [ontem] que "a Liga espanhola não quer bancadas vazias na televisão" ( PÚBLICO de 21/9) e vai daí até existe um regulamento que já multou o Celta de Vigo por permitir que as câmaras filmassem zonas do estádio pouco povoadas ( e o estádio até teria cerca de 16.000 espectadores...). dando a ilusão de vazio e com isso perturbasse a "percepção audiovisual do jogo" ( Uau! Os eufemismos que eles escrevem para "enganar"). Ou seja, o vazio assusta o mercado (sic). Dizem mesmo que "o estádio deve parecer cheio" (sic)!

É assim meus caros: quem se mete com o futebol leva!  Este pode fazer tudo e de tudo. Desde ser equiparado às eleições no cotejo com estas, até aos maiores sofismas e falácias e mesmo às "penas" que os clubes... aceitam! 

 Fernando Cardoso Rodrigues, Porto

 

A alquimia dos números

O estudo do grupo de economistas do PS,  ao defender um ajustamento orçamental  mais lento acompanhado de políticas menos restritivas, agitou a campanha eleitoral. Catarina Martins considerou o estudo interessante, afirmando que a  consolidação não tem de ser tão rápida para garantir apoios sociais. Contudo, Paulo Trigo Pereira, economista e  deputado  independente pelo PS, considera que não é possível baixar impostos, pagar dívida a fornecedores, actualizar salários da função pública, aumentar pensões e ao mesmo tempo devolver rendimentos. "Fazer tudo isso é alquimia", disse. Não é preciso ser economista para transformar dinheiro difícil em palavras fáceis. A procura do elixir da longa vida e a transformação de metais em ouro é “uma constante da vida”.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

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