Cartas ao director

Graça Fonseca

“As leis não bastam para mudar mentalidades”. Foi assim que Graça Fonseca, secretária de Estado da Modernização Administrativa sustentou publicamente a sua orientação sexual assumindo a sua homossexualidade. A ideia não é nova: muitas figuras públicas o têm feito com a finalidade de mudar mentalidades numa sociedade sujeita à “ditadura democrática” dos cânones religiosos e de agentes políticos presos a preconceitos. A sua atitude ultrapassou o campo politico abraçando causas e iluminando efeitos de vivência em sociedade. Apesar da pouca credibilidade da classe política, a sua  atitude corajosa fica para a história .Espero que Graça Fonseca seja tão inovadora na modernização administrativa como o foi na defesa da sua orientação sexual.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

Um futebol decepcionante

O futebol praticado pelo Benfica com Rui Vitória é decepcionante. Não foi o empate com o Rio Ave que me faz ajuizar assim. Desde há muito que tenho esta opinião. De tal forma, que deixei de ver jogar o Benfica. O futebol é um espectáculo, como, por exemplo, o cinema. Quando o filme não presta, a gente aborrece-se e, às vezes, adormece. Foi o que aconteceu comigo ao ver alguns jogos da nossa equipa. Estava habituado ao Benfica de Jesus, que jogava para o espectáculo, com elevada qualidade exibicional. Toni chegou a dizer que o futebol mais bonito, que viu ao seu clube, foi com Jesus. O meu ‘corte de relações’ é com este futebol do Benfica, não, evidentemente, com o clube, do qual sou adepto. Nunca se confunde as pessoas com instituições. Pode-se não gostar de Vitória e Vieira, como é o meu caso, mas não se deixa de gostar do Benfica. E o melhor adepto é o da massa crítica. Os fanáticos dizem que está bem, mesmo que esteja mal. Não foram eles que construíram o Glorioso.

Simões Ilharco, Lisboa

 

Redução do Desemprego

Os números do desemprego e a sua redução, têm sido bandeira de praticamente todos aqueles que passaram pelos governos do país, muitas vezes sem o sucesso desejado, que face às apostas de investimento com pouco ou nenhum sucesso, e a políticas não adaptadas à realidade portuguesa, não teve o efeito pretendido, fazendo com que muitos cidadãos dependam de apoios sociais.

A verdade é que segundo alguns observadores e o próprio governo, é um feito notável a redução dos números do desemprego nos últimos dois anos, mas não é tido em linha de conta que para esta redução do número de pessoas sem trabalho, muitos daqueles que o hoje o têm, face às possibilidades existentes, têm de aceitar as condições impostas pelas entidades empregadoras, ainda que muitas vezes os seus direitos e as leis em vigor, sejam postas em causa, porque os prevaricadores sabem que não são punidos, ou então preferem pagar as coimas, cujos valores compensam os crimes.

Não se compreende como é que factos graves que são do conhecimento das entidades fiscalizadoras, se mantêm, quando é mais fácil pagar multas do que cumprir as leis do trabalho, o que nos leva a pensar que as leis não são cumpridas para justificar a actuação das entidades fiscalizadoras que favorece uns, mas penaliza outros, sabendo nós que muitas vezes as amizades têm alguma influência nas práticas lesivas, cujas repercussões não se reflectem na melhoria do país e por consequência, na vida dos cidadãos.

 Américo Lourenço, Sines

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