Cartas ao director

Os ladrões do caos

Este mundo está de facto sem princípios. Como é possível que alguém premedite e execute o roubo de pessoas que tiveram de abandonar as próprias casas para fugir dos incêndios que se aproximavam? Como é possível que se criem falsas contas de solidariedade para ajudar quem tudo perdeu? Como é possível que alguém se transfigure e passe por aquilo que não é para roubar os indefesos num momento de vida tão penoso? Por muito que nos custe acreditar, há pessoas que, no dia-a-dia, tentam aproveitar-se das desgraças dos seus semelhantes para roubar. É muito importante conseguir identificá-los e puni-los severamente. [...]

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

A orgia mediática

As reportagens ininterruptas e repetitivas com que as TVs nos têm matraqueado durante a semana, a propósito dos horrores dos incêndios, acabarão por provocar dois tipos de reacções distintas. Nas crianças/jovens, uma banalização da tragédia que fatalmente redundará na insensibilidade e passará a conviver com eles, no dia-a-dia, em situações análogas e reais quando estiver em causa o sofrimento e o luto humano. Em relação aos adultos, eles são confrontados com uma vergonhosa orgia mediática que em nada contribui para o respeito das vítimas e suas famílias, que nunca se poderão defender da sanha "gloriosa" dos chamados caçadores de imagens e seus mandatários. Não se esqueçam estes senhores que estão ainda a contribuir para aguçar o apetite à demência incendiária dos suspeitos do costume. Tenham juízo!

Albino Esteves, Porto

Mega fuga ao fisco

Este mês voltaram a surgir novas acusações do fisco espanhol sobre jogadores de futebol, que alegadamente terão lesado os cofres públicos em várias dezenas de milhões de euros, resultantes de ocultação de rendimentos, entre outras manobras financeiras. Curiosamente ou não, a grande maioria é agenciada pela Gestifute, dos quais se destacam nomes como Falcao, Di Maria, Fábio Coentrão, Ricardo Carvalho, Pepe, Cristiano Ronaldo e o próprio treinador José Mourinho. Embora assegurem a sua inocência, todos, sem excepção e incluindo outros atletas envolvidos no esquema, como Lionel Messi, aproveitam a primeira oportunidade para pagar à cabeça os valores em causa, de forma a estancar eventuais danos futuros e, sobretudo, uma fiscalização mais aprofundada aos seus rendimentos. [...] Apesar do pagamento dos valores em falta, muito provavelmente estaremos perante um cenário bem maior do que imaginamos, o que poderá levar ao início do fim dos fundos financeiros no futebol internacional. [...] No entanto, o que me deixa verdadeiramente preocupado é o exemplo que os nossos ídolos dão aos mais novos e à sociedade em geral. Estes jogadores são autênticas imagens de marca internacionais e, por isso, deveriam constituir uma referência para a restante população.   

João António do Poço Ramos, Póvoa de Varzim

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